A cidade de São Paulo tem registrado, através do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), um número cada vez maior de reclamações dos munícipes sobre a presença de ratos. Essa alta infestação chama atenção não só pelo risco de transmissão da leptospirose, mas pelo perigo que as formas caseiras de eliminar os roedores podem trazer à saúde. A mais conhecida delas é o uso do agrotóxico Aldicarb, o popular “chumbinho”, vendido ilegalmente em feiras livres e até em camelôs do país.

Caso que reforça essa prática foi recebida, em julho de 2006, pela Ouvidoria Geral do Município (OGM) no qual o munícipe denuncia a venda de chumbinho em uma feira livre do Jardim Ivone, zona leste de SP: "Olha o chumbinho! Pro ratinho e pro gatinho" (sic).
 
A venda do chumbinho como raticida é proibida. Ele só pode ser encontrado em casas especializadas em materiais agropecuários como Temik 150 e é utilizado nas culturas de algodão, banana, café, cana-de-açúcar, citros e feijão. Na hora da compra, o agricultor é obrigado a informar a destinação do produto.

Isso, no entanto, está longe da realidade, pois no último sábado (23/09/2006) no Rio de Janeiro uma mãe matou suas filhas gêmeas de 8 meses, misturando o chumbinho no leite das mamadeiras das bebês.

O chumbinho é um veneno bastante potente e de ação rápida, que mata o rato em pouco tempo após a ingestão. Sua eficácia, no entanto, é superficial. Ao perceber que um roedor da colônia ingeriu algo e morreu em seguida, nenhum outro rato se aproxima daquela comida.

Outro problema é a mistura a algum alimento, o que pode atrair animais domésticos e crianças. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre os anos 2002 e 2006, mais de 500 crianças foram vítimas do chumbinho apenas no estado do Rio de Janeiro.

Para combater os roedores é preferível o uso de um raticida de ação lenta, que pode ser carregado para dentro da toca e atingir um número maior dos ratos. A orientação é adquirir produtos de empresas idôneas, que seguem regras previstas pela lei do consumidor e pela lei sanitária com o devido registro no Ministério da Saúde. O recomendável é usar aqueles em forma de iscas, já que todos os raticidas são tóxicos. O usuário deve ler atentamente, seguir as instruções de uso sem reaproveitar embalagem.

Em caso de intoxicação, é preciso imediatamente procurar um médico ou entrar em contato com o Centro de Controle de Intoxicação da prefeitura, pelo telefone 0800-771-3733.

Em caso de venda ilegal de chumbinho, faça a sua parte: denuncie aos órgãos de defesa do consumidor (151 - PROCON) e vigilância sanitária do município telefone 156.

Como prevenir?
A melhor forma de controle de  ratos  é prevenir o seu aparecimento. É mais fácil e barato do que se livrar deles depois que o ambiente estiver infestado  Dentro de casa, movem-se de um lugar para outro chegando a andar pelas tubulações. Todos os potenciais pontos de acesso devem ser inspecionados e selados.

A prefeitura criou a “Operação Rato Fora” para diminuir as condições que facilitam a reprodução e permanência desses roedores em pontos críticos da cidade e, assim, reduzir a incidência dos casos de leptospirose e seus agravos, como mordeduras. Além de realizar um controle químico, o programa visa orientar e educar a população a adotar  práticas que dificultem a instalação e proliferação de roedores.

Os ratos são atraídos por alimentos como cereais, pães, biscoitos, grãos, queijos e até mesmo ração para gatos ou cachorros. Alguns cuidados ajudam a evitar o seu aparecimento

• Guarde os alimentos dentro de recipientes fechados e em armários altos;
• Não deixe os alimentos sobre a mesa, fogão e forno durante a noite. Guarde-os na geladeira;
• Guarde frutas, verduras e legumes na geladeira e não deixe em fruteiras;
• Acondicione o lixo sempre em sacos plásticos, dentro de latas limpas e bem fechadas;
• Coloque o lixo pouco antes da coleta. Onde a coleta não é diária, coloque em local alto, sobre um estrado ou em uma caçamba de lixo;
• Não deixe a ração disponível o tempo todo para o animal, principalmente à noite. Eduque o seu animal para que ele tenha horários de alimentação;
• Evite caixas de papelão ou caixotes atrás de armários, gavetas e outros locais que sirvam de abrigo;
• Mantenha organizado e livre de “tranqueiras” quintais, garagens, quartinhos, porões, sótãos e mezaninos;
• Não jogue lixo e entulho em praças, córregos, terrenos baldios e bueiros.

Mais informações no Guia do Professor, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde para a Operação Rato Fora:

O papel da ouvidoria no município de S.Paulo
O munícipe pode recorrer a Ouvidoria quando não obtiver resposta ou solução satisfatória junto aos órgãos municipais; sentir-se mal-atendido ou deixar de ter seus direitos garantidos. A Ouvidoria atua para a solução desses casos, além de elaborar propostas que contribuam com o aperfeiçoamento dos serviços e a resolução de problemas.

Se, no entanto, o munícipe quiser tirar dúvidas ou fazer solicitações sobre os serviços deve ligar (156) ou enviar um e-mail pelo site da prefeitura. Os serviços se referem a: poda de árvore, limpeza, fiscalização, cumprimento da lei do silêncio urbano, documentação para regularizar imóveis e obras, entre outros.

156
O 156 é o número de telefone de informações da prefeitura. Os atendentes recebem solicitações e informam sobre endereços e serviços da administração municipal esclarecendo as dúvidas do munícipe.

SAC
Para encaminhar solicitações para a administração, o munícipe pode acessar o site do SAC no qual poderá registrar seu pedido para que ele possa ser encaminhado até o órgão responsável. A solicitação será identificada por um número que permite ao munícipe acompanhar o andamento da sua solicitação a qualquer momento.

O munícipe pode questionar o atendimento recebido por meio da Ouvidoria, quando houver falta ou informação incorreta, prazos legais não forem cumpridos, entre outras situações.

Denúncias de irregularidades praticadas por servidores municipais, como descumprimento de obrigações, obtenção de vantagens, cobrança de propina ou outra situação que possa atentar contra o direito do munícipe, também são recebidas pela Ouvidora. Quando é solicitado, a Ouvidoria preserva a identidade dos envolvidos e mantém sigilo absoluto sobre as informações tratadas.

Fale com a ouvidoria
Por telefone 0800.175.717, de segunda a sexta, das 9h às 17h
Pessoalmente no endereço av. São João, 473 – 16º andar – Centro
Por fax: 3334.7132

(Informações atualizadas em 18/09/2012)