Prefeitura celebra trabalhos vencedores do concurso internacional "Students Reinventing Cities São Paulo”

Estudantes de todo o mundo puderam enviar ideias de requalificação para a Praça da Bandeira, no centro da capital; São Paulo foi a única representante da América Latina na competição

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (31) os estudantes vencedores do Concurso Internacional de Ideias "Students Reinventing Cities São Paulo". A competição desafiou universitários do Brasil e do exterior a apresentarem ao Município ideias de requalificação para a Praça da Bandeira, na região central da cidade. A iniciativa é uma parceria da Rede Global C40 e da São Paulo Urbanismo, com apoio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-SP). 

A cerimônia aconteceu no auditório da ACSP. A equipe Anhangá-ba-y, formada por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP, teve o trabalho mais bem avaliado pela Comissão Julgadora do concurso e ficou com o 1º lugar. Outro trabalho de destaque na competição foi executado pelo Estúdio ArqBio, formado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paulista (UNIP), e recebeu um certificado de menção honrosa.

A capital paulista foi a única representante da América Latina no"StudentsReinventingCities".Para a edição de 2023 do concurso,a C40 reuniu 12 cidades de diferentes continentes: Amã, Barcelona,Chengdu, Durban, Freetown, Lisboa, Melbourne, Milão, Nova Orleans, Roma,Zhenjiang e São Paulo. Cada localidade indicou uma área de interesse para receber de estudantes de Arquitetura e Urbanismo ideias para sua recuperação ou transformação.

A Praça da Bandeira foi escolhida por São Paulo para ser o objeto de intervenção dos trabalhos por ser uma área com um dos principais fluxos de deslocamento entre as zonas sul e norte da capital paulista. O desafio colocado aos participantes (estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil e exterior) foi apresentar ideias comprometidas com a sustentabilidade para que esse espaço público pudesse se tornar um local agradável e seguro para a circulação de pedestres. A iniciativa também buscou ampliar as discussões em prol da requalificação do centro da cidade.

 

 

O presidente da São Paulo Urbanismo, Cesar Azevedo, esteve na cerimônia de premiação e destacou a importância do debate com os jovens para o desenvolvimento de uma cidade melhor para todos, além do papel de destaque de São Paulo frente ao mundo. 

“Só conseguimos construir uma cidade resiliente, democrática, sustentável e segura ouvindo as pessoas que vivem a cidade. Neste concurso recebemos até um trabalho de estudantes de Roma, o que mostra, mais uma vez, que a atenção do mundo está voltada para São Paulo”, declarou. 

Marcos Gadelho, titular da pasta da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), celebrou a oportunidade dada a estudantes em pensar uma cidade dinâmica. 

“Nós enquanto profissionais e estudantes temos um desafio muito grande em entender todo o processo de desenvolvimento da cidade. O mundo mudou, principalmente, pós-pandemia. Precisamos saber como adensar São Paulo, especialmente o seu centro, com qualidade”, defendeu. 

O representante da C40 no evento desta quinta-feira foi o Diretor Sênior Matheus Ortega, que ressaltou o vanguardismo de São Paulo como a única cidade representante da América Latina na competição. Ortega também encorajou os estudantes a planejar, cada vez mais, as transformações da cidade.

“A C40 preza muito em incluir os jovens em pensar as cidades do futuro. O propósito deste concurso é juntar as universidades e os estudantes para poderem reimaginar uma cidade de amanhã mais sustentável, com mais áreas verdes e mais saudável para todos”, declarou. 

Quem endossou a fala de Ortega foi o atual presidente da Associação Comercial de São Paulo, Roberto Mateus Ordine.

“Reinventar a cidade é o que precisa ser feito. Desejo que vocês, jovens, amem a cidade, especialmente o centro”, ressaltou. 

A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura de São Paulo (AsBEA-SP) teve o seu vice-presidente, Caio Marin, como interlocutor da instituição na cerimônia. Assim como os demais membros, Marin comemorou a realização da iniciativa. 

“Isso é fundamental para conseguirmos avançar e ter esperança. O centro precisa de esperança de um futuro melhor”, evidenciou. 

“Nós precisamos mudar o centro a partir de ideias e projetos como esses. Esta região merece esse carinho. Precisamos tornar a cidade mais humana e mais bonita para todos”, concluiu o subprefeito da Sé, Alvaro Batista Camilo. 

O maior propósito do "StudentsReinventingCities" foi estimular e envolver as universidades no debate e desenvolvimento de soluções transformadoras e comprometidas com a sustentabilidade e o enfrentamento das mudanças climáticas para a renovação de espaços urbanos.

 

 

Trabalho vencedor 

Sustentabilidade, integração e conexão. Essas são as diretrizes do trabalho feito pela Anhangá-ba-y, composta por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP. A equipe foi declarada campeã do concurso, recebeu um certificado oficial no palco e terá campanha de divulgação e vídeo oficial elaborados pela instituição global C40. 

Em suma, o trabalho propõe transformar a Praça da Bandeira em um espaço que estabeleça conexões humanas, ecológicas e sustentáveis. Para que isso aconteça, são previstas intervenções como inserção de calçadas amplas e acessíveis, resgate das águas com córregos a céu aberto, valorização da flora nativa e promoção do bem-estar e da preservação ambiental. A relevância da proposta foi destacada por Felipe de Lourenço Silveira, membro da equipe. 

“Esse concurso nos deu a oportunidade de colocar as nossas ideias para o que é uma cidade realmente feita para seres humanos e que trate de questões como arte urbana, além da volta dos rios e da mata das várzeas paulistas que perdemos aqui no centro”, disse.


Incentivar a cultura de rua é objetivo do trabalho/Anhangá-ba-y

 

Menção honrosa 

Outro trabalho de destaque na competição foi o executado pelo Estúdio ArqBio, formado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Paulista (UNIP). A equipe recebeu um certificado de menção honrosa na cerimônia por desenvolver um trabalho que propõe a requalificação do Terminal Bandeira, a criação de um parque linear, a ampliação do passeio público e a criação de passarelas para priorizar e valorizar o pedestre. 

“Todo o processo pelo qual passamos agregou muito à nossa bagagem profissional e aguçou ainda mais o nosso senso crítico quanto à necessidade de promoção de espaços resilientes e sustentáveis e desenvolvimento uma cidade que seja para todos”, salientou Ellen CarolineCosendey Leal, porta-voz da equipe.

 


Intervenção prevista pelo Estúdio ArqBio/Trabalho ArqBio

 

O Concurso 

Para participar do concurso, estudantes de todo o mundo, especialmente matriculados no curso de Arquitetura e Urbanismo, puderam realizar inscrição entre 20 de março e 13 de abril de 2023.  O envio dos trabalhos pôde ser feito até o dia 8 de junho. Ambos os processos foram executados através do portal do C40.  

No mês de junho, os projetos foram analisados, sem identificação de autores, por um júri formado por representantes da SP Urbanismo, C40 e entidades de arquitetura do país.  

Ao todo, foram recebidas 19 inscrições. Destas, 6 resultaram em trabalhos enviados. Conheça abaixo: 

• Anhangá-ba-y (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP) 

• Estúdio ArqBio (Unip - Universidade Paulista / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) 

• Plural City (Universidade Presbiteriana Mackenzie - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) 

• Garoa (Sapienza University of Rome) 

 Squad da Bandeira (USP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEA) 

• Quintal da Bandeira (USP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU) 

 

Praça da Bandeira 

A Praça da Bandeira é um importante local de intersecção das Avenidas 9 de Julho e 23 de Maio. A área se caracteriza como um dos principais fluxos de deslocamento entre as zonas sul e norte da capital paulista, apresentando grande circulação de veículos, principalmente, por ter a maior parte de seu espaço destinada ao terminal de ônibus municipal, que tem o mesmo nome da praça. 

Toda a região é cortada por viadutos que organizam o percurso nos cruzamentos e por passarelas de pedestres que conectam, sobretudo, o terminal às entradas da estação do metrô Anhangabaú. Destaca-se na região a passarela que liga o terminal ao Largo da Memória, local histórico do centro que abriga o primeiro monumento de São Paulo, o Obelisco do Piques. 

O entorno da praça ainda concentra importantes equipamentos como o edifício da Câmara Municipal de São Paulo, o Centro Cultural Red Bull Station, o Shopping Light, o Vale do Anhangabaú e o Edifício Matarazzo, atual sede da Prefeitura Municipal de São Paulo.