25 de outubro: Dia Nacional da Saúde Bucal

Campanha nacional de alerta e conscientização

Imagem ilustrativa na qual aparece à esquerda um holofote dentro de um celular e à direita o Texto HSPM Responde 

A campanha do Dia Nacional da Saúde Bucal, instituída pela Lei nº 10.465/2002, tem como objetivo alertar a população sobre a importância de cuidados adequados, para evitar possíveis infecções e outras doenças.
A boca auxilia em atividades vitais do organismo humano, como na mastigação, fala e respiração. Sendo uma cavidade que possui contato direto com o meio exterior, torna-se porta de entrada para microrganismos prejudiciais à saúde.
Nessa edição do HSPM Responde, a coordenadora da Clínica de Odontologia do Hospital do Servidor Público (HSPM), Dra. Sandra Regina H. Ribeiro, aponta problemas relacionados à saúde bucal e suas respectivas prevenções.


1. Quais doenças podem ser adquiridas pela boca?

Há diversas doenças que podem ser adquiridas através da boca, dentre elas: placa bacteriana, tártaros, halitose, cárie, gengivite, periodontite e problemas no esmalte.
A placa bacteriana é um biofilme que se forma no esmalte dentário em função do acúmulo de resíduos de comida, que serve como alimento para as bactérias, desequilibrando a saúde bucal.
Já os tártaros se formam quando a placa bacteriana não é removida. São mais densos e não se soltam facilmente, por se tratarem de uma calcificação formada em função do contato com os minerais da saliva e outras reações químicas.

A halitose é um dos sintomas que pode indicar gengivite, cárie, periodontite (infecção bacteriana), saburra lingual (nome da massa que deixa a nossa língua branca) e xerostomia (boca seca). Por sua vez, a cárie é uma lesão que se forma no esmalte dentário por causa dos ácidos liberados por bactérias, que consomem os resíduos de alimento depositados sobre os dentes. Pode ser muito discreta e não provocar sintomas, mas a degradação do dente é progressiva. Além disso, pode comprometer toda a sua estrutura, levando à perda do dente.

A gengivite é uma inflamação que afeta a gengiva, provocada por bactérias que se instalam em suas bordas em função da higiene bucal inadequada. Esses microrganismos liberam ácidos ao consumirem os resíduos de alimento, e o organismo reage com essa resposta inflamatória.
Já a periodontite se trata de uma inflamação proveniente do tratamento inadequado da gengivite. O problema se agrava e afeta todos os tecidos, desgastando a sustentação dos dentes, que com o tempo ficam moles e podem até se soltar da boca.
Por fim, há distintos problemas que podem afetar o esmalte dentário, como: erosão, desgaste e manchas, provenientes de agressões químicas, mecânicas, higiene inadequada e que geram maior sensibilidade e vulnerabilidade dos dentes.


2. Quais dessas doenças são prejudiciais à vida?
Um dos problemas mais sérios originados pela falta de higiene bucal é a endocardite bacteriana, uma infecção que afeta diretamente o coração, e pode ser fatal.
Seguindo o mesmo mecanismo de infecção da endocardite, as bactérias da boca podem chegar a outros órgãos, como os pulmões e as articulações. Dessa forma, causando infecções como a pneumonia e a artrite reumática.
Além disso, o pré-natal odontológico é extremamente importante para a saúde da mãe e do bebê. Isso porque ocorre uma grande elevação hormonal durante a gravidez, que deixa as gengivas das mulheres grávidas mais suscetíveis a inflamações. Além disso, as náuseas e enjoos constantes podem dificultar a higienização oral adequada, aumentando o risco de essas mulheres desenvolverem doenças periodontais. Uma pesquisa mostra que a bactéria pode antecipar em dois dias o parto e reduzir em 60 gramas o peso do bebê.
Ademais, os portadores de diabetes devem ter ainda mais preocupação, já que a doença aumenta a propensão para o desenvolvimento de doenças periodontais e inflamações na gengiva; além de outros problemas de saúde bucal, como feridas, perda óssea ao redor dos dentes e boca seca. Ao mesmo tempo, essas doenças podem agravar o diabetes, criando um ciclo muito perigoso para a saúde geral desses pacientes. Por isso, os portadores devem ter um cuidado ainda maior com a higiene bucal e manter os índices de glicemia controlados.


3. Qual é a forma correta de escovar os dentes?
Há uma técnica de escovação intitulada como Técnica de Bass. Deve-se iniciar posicionando a escova paralelamente aos dentes e a inclinando em um ângulo de 45 graus (as cerdas devem ficar ligeiramente abaixo da margem gengival). Com uma pressão suave, escovar para frente e para trás (ou em um movimento circular) de 15 a 20 vezes antes de passar para a próxima área. Todos os dentes devem ser escovados na superfície externa e depois na parte de trás, com os mesmos movimentos. A escova deve ser segurada em uma posição vertical atrás e na frente dos dentes e repetir a movimentação para cima e para baixo, usando as cerdas na ponta da escova. Por fim, escovar a superfície de mastigação dos molares e também a língua.


4. Como deve ser feito o uso do fio dental?
Enrole aproximadamente 40 centímetros do fio ao redor de cada dedo médio, deixando uns dez centímetros entre os dedos. Segurando o fio dental entre o polegar e indicador das duas mãos, deslize-o levemente para cima e para baixo entre os dentes. Passe o fio entre os dentes e a linha da gengiva. Faça os movimentos com cuidado, a intenção é limpar e não machucar. Depois, passe-o ao redor do dente e deixe-o entrar cuidadosamente na linha da gengiva, cerca de dois ou três milímetros.


5. Por que é importante utilizar o enxaguante bucal?
O enxaguante bucal é indicado para prevenir certas condições relacionadas à saúde bucal, sendo utilizado para controlar cáries e bactérias, combater a sensibilidade, manter um hálito fresco e até mesmo ajudar no clareamento dos dentes.


6. No caso de pacientes debilitados, há alguma forma diferente de escovação?
No corpo humano, a boca é via de acesso para muitas doenças e, quando um paciente está internado, o cuidado na prevenção de enfermidades deve ser redobrado. Isso porque, algumas alterações sistêmicas podem ser agravadas devido à má higiene oral ou por focos de infecção que possam existir na boca. Debilitados, muitas vezes esses pacientes estão concentrados em tratar a doença que motivou a internação. E com isso, dão menor atenção aos cuidados de higiene bucal.
A odontologia hospitalar é a prática que visa cuidados das alterações bucais e que exigem procedimentos de equipes multidisciplinares de alta complexidade para o paciente em UTI, enfermaria ou mesmo acamados. A higiene é realizada pelos dentistas e técnicos de enfermagem. Geralmente, os hospitalizados são avaliados pela equipe de odontologia hospitalar assim que ocorre a internação. O objetivo é identificar cáries e doenças periodontais que possam agravar o quadro clínico do paciente. Também são atendidos os pacientes em urgência e emergência, que apresentem abscessos que possam colocar sua vida em risco. Podem ser realizados outros procedimentos em pacientes que possuam mobilidade limitada e que não possam ser realizados em ambiente de consultório odontológico.