“Na minha profissão, é parte do trabalho sempre ter um desafio”

Maria de Lourdes, enfermeira-obstetra do HSPM, relembra seus 32 anos atuando na instituição

Na edição de outubro de “Histórias que Inspiram”, conheceremos a trajetória da servidora Maria de Lourdes dos Santos D'amore, supervisora do noturno 2 no HSPM.

Há quase 32 anos trabalhando no Hospital do Servidor, Maria de Lourdes ingressou na instituição ainda jovem, através de um concurso. Graduada em enfermagem pela Faculdade Integrada de Guarulhos (FIG) e com especialização em obstetrícia, ela relata que foram cerca de 36 anos de trajetória desde a sua formação até a sua atuação no HSPM.
Relembrando como foi o momento inicial, a enfermeira-obstetra conta: "Fiz o concurso, mas não peguei uma boa colocação. Até que um belo dia, a chefe daqui, que era gerente e trabalhava comigo, falou: “Lourdes, você quer ser chamada? Tem vaga no noturno”. Eu nunca tinha trabalhado no Ponto-Socorro, só na Obstetrícia, mas eu falei que queria mesmo assim."

Após ter sido convocada, Maria de Lourdes realizou o treinamento de 21 dias, iniciando sua contribuição para o HSPM no dia 18/02/1992. A profissional atuou como enfermeira de ala, no Pronto-Socorro, por aproximadamente dois anos. Ela menciona que foi convidada para tornar-se supervisora do noturno, e fez uma tentativa de adaptação ao cargo durante 4 meses. Mesmo tendo dúvidas, principalmente por gostar de lidar diretamente com os pacientes, ela optou por ficar. Maria encerra a história de sua trajetória no HSMP, revelando: “Eu fiquei na supervisão e só saí em 2000, quando fui para o plantão (Geriatria). Fiquei 8 anos na Geriatria e gostei tanto que não queria voltar para a supervisão. Nesse tempo, fiz uma cirurgia na vesícula e fiquei muito ruim. Até que me convidaram novamente para a supervisão da gerência, onde estou até hoje.”

Maria descreve sua rotina de trabalho: fazer a supervisão, a escala, olhar o hospital para tentar resolver qualquer problema dentro do seu alcance ou então comunicar. E então, pontua: “Eu não lido diretamente com os pacientes, mas na hora que precisam, eu vou”.

Quando questionada sobre o perfil de um bom profissional da área de Enfermagem, Maria de Lourdes diz que o principal é amar o que faz. Para ela, o enfermeiro bom é aquele que ama genuinamente a sua profissão, e por isso se dedica além do proposto, como se estivesse lidando com alguém da sua própria família. “Ele precisa ser atencioso, paciente, cuidadoso, forte, honesto e ter empatia por outras pessoas. Ser um líder da sua unidade, mas também, saber ouvir e dar valor”, diz Maria.

A enfermeira se emociona ao contar sobre um episódio marcante que vivenciou na Geriatria, quando uma paciente demonstrou sua gratidão por todo o cuidado e atenção. A profissional confessa que ficou até assustada e diz ser raro receber elogios na área da Enfermagem. “A maioria quer mais. Porém, por mais que você faça, ninguém nunca está satisfeito, porque as pessoas estão doentes. Tudo de bom já foi tirado e elas são vulneráveis ali. Não reconhecem o esforço.”, explica ela.

A supervisora compartilha informações inusitadas sobre o seu lado pessoal, como ter cursado Direito em 1997, e também teatro. “Quando tenho curiosidade, eu vou atrás. Eu sou curiosa, tenho sede de saber. Só não faço outra faculdade agora, porque tenho os netos para cuidar, senão eu faria.”, revela a funcionária do HSPM.

Maria de Lourdes encerra a entrevista com uma fala que diz respeito à sua relação com o hospital: “Eu, pessoalmente, gosto muito do hospital. Eu amo as pessoas. Aqui é praticamente minha segunda casa e não tenho vergonha de falar isso. Eu gosto do serviço, da estrutura e do pessoal”.