Dez de novembro lembra o dia mundial do ceratocone

A doença rara e silenciosa afeta os olhos

Texto: Giovanna Cassimiro de Almeida
Arte: Jéssika Pereira Amorim

O Dia Mundial do Ceratocone, lembrado em 10 de novembro, tem como objetivo conscientizar e informar a população sobre a doença pouco falada. A data comemorativa visa promover um alerta para os maus hábitos que podem contribuir para essa condição e a importância de realizar um acompanhamento oftalmológico periódico.

Mesmo sendo considerada rara, silenciosa e pouco conhecida, a doença pode causar danos irreversíveis caso o tratamento não seja realizado de forma adequada. Segundo pesquisas realizadas pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 150 mil brasileiros desenvolvem ceratocone por ano.

Trata-se de uma enfermidade oftalmológica que afeta a córnea, uma camada fina e transparente que recobre todo o globo ocular. Nessas condições, a estrutura projeta-se para frente e assume um formato de cone.

O distúrbio ocular é mais comum na adolescência e no início da fase adulta, atingindo especialmente a parcela da população dos 10 aos 25 anos de idade.

De acordo com a Dra. Thays Albnhy, oftalmologista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), a causa exata do ceratocone ainda não é totalmente compreendida. Contudo, há três principais fatores que desempenham um papel na sua ocorrência: a questão genética, o histórico familiar e os hábitos. Inúmeras pessoas já possuem uma fragilidade natural da córnea, e quando somada a mania de coçar constantemente os olhos, acabam por desenvolver a condição. O contato frequente com os olhos danifica as fibras musculares responsáveis pela sustentação e flexibilidade da córnea. Isso é muito comum entre pacientes com alergias crônicas.

Em alguns casos, a enfermidade se origina sem manifestar qualquer sintoma. Porém, quando esses aparecem, podem variar de acordo com a pessoa e com a fase da doença. Geralmente há uma exacerbada sensibilidade à luz e o aumento da necessidade do uso de óculos. Além disso, ocorre a perda progressiva da visão, uma vez que a mesma torna-se turva e distorcida.

Segundo a Dra. Thays, embora a ceratocone possa causar uma diminuição significativa na qualidade da visão, ela raramente leva à cegueira. Através de cuidados médicos, a enfermidade pode ser controlada e a visão melhorada. O tratamento inclui o uso de óculos ou lentes de contato especiais para melhorar a visão. Em casos mais avançados, procedimentos cirúrgicos - como o implante de anéis corneanos ou transplante de córnea - podem ser necessários. Destaca ainda a importância das consultas periódicas: “O acompanhamento oftalmológico regular é de extrema importância, pois permite a detecção precoce de problemas oculares, como o ceratocone. O oftalmologista pode fazer exames específicos para monitorar a saúde da córnea e recomendar o tratamento adequado. Garantindo assim, uma melhor qualidade de vida visual”.