HSPM Responde

Julho amarelo é o mês da luta contra as hepatites virais

Imagem ilustrativa na qual aparece à esquerda um holofote dentro de um celular e à direita o Texto HSPM Responde


A campanha Julho Amarelo foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Nem sempre a doença apresenta sintomas, mas quando aparecem, manifestam-se na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No caso específico das hepatites virais, que são o objeto da supracitada campanha, são inflamações classificados pelas letras do alfabeto em A, B e C. Entrevistamos o Coordenador da Seção Técnica de Gastroenterologia, Dr. Cleyton Padilha Andrade para trazer mais detalhes:

1. Quais são as diferenças entre cada uma das hepatites?
Existem vários tipos de hepatites virais, podendo citar três principais: hepatite A, hepatite B e hepatite C. A hepatite A pode ser transmitida por água e alimentos contaminados, sendo na maioria dos casos de resolução espontânea. As hepatites B e C podem ser transmitidas através do contato com secreções corporais ou sangue. Podem evoluir para quadros graves, sendo necessário o acompanhamento médico regular e tratamento específico.

2. Existem distinções nas prevenções e tratamentos?
Sobre prevenção contra a hepatite A, devemos sempre utilizar água filtrada e clorada. A higiene no preparo e consumo dos alimentos também é essencial para evitar a contaminação. O tratamento é apenas sintomático. No caso das hepatites B e C, a prevenção deve ser através do uso de preservativo na relação sexual, jamais compartilhar seringas, lâminas ou agulhas e certificar-se da esterilização de equipamentos em manicures ou estúdios de tatuagem/piercings. O tratamento das hepatites B e C são possíveis através de medicações específicas, disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

3. Por que nem sempre as hepatites apresentam sintomas?
As hepatites virais podem se apresentar de maneira insidiosa, sem sintomas. Isso acontece por características individuais das pessoas contaminadas e pelo tipo do vírus envolvido. Muitas vezes os sintomas são tardios, trazendo consequências graves para a saúde.

4. Há risco de o enfermo desenvolver outra doença por causa da hepatite?
As hepatites virais B e C, quando não corretamente identificadas e tratadas, podem deixar sequelas permanentes no fígado. Pode ocorrer evolução para cirrose (alteração grave na estrutura e funcionamento do fígado), neoplasia e óbito.

5. Existe alguma faixa etária que é mais vulnerável contrair alguma hepatite?
A faixa etária das pessoas contaminadas varia de acordo com o tipo de vírus, suas formas de transmissão e a exposição dos indivíduos. Enquanto a hepatite A é mais frequente em crianças por falha na higiene pessoal, as hepatites B e C são mais frequentes em adultos, com vida sexual ativa ou com exposição a objetos contaminados, como tatuagem ou manicure em locais sem antissepsia adequada.