Por Davi Castro

No último dia 5 de Maio, comemoramos o Dia Mundial da Higienização das Mãos, a fim de alertar sobre a importância dessa prática na atenção à saúde e incentivar as pessoas a terem esse hábito. Já no dia 15 de Maio foi comemorado o Dia Nacional do Controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), cujo objetivo é conscientizar autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores de saúde e a população sobre a importância do controle e prevenção dessas infecções. Tivemos um bate-papo com o Médico Infectologista Doutor Marcos Antônio Cyrillo sobre as ações que devemos implementar para diminuir os riscos de contrairmos essas doenças.

1.Qual o objetivo do Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares?
A data foi em comemoração ao médico obstetra húngaro Ignaz Philipp Semmelweis. Ele instituiu em 1847 a higienização das mãos no Hospital Geral de Viena, diminuindo de 20% para aproximadamente 2% a taxa de infecções nas mulheres durante o trabalho de parto. Hoje, em 2023, somente de 30 a 40% dos profissionais da saúde realizam esta prática de forma adequada.

2.Qual a importância da higiene das mãos? Quais as principais ações para amenizar a proliferação de infecções hospitalares?
Nos países em desenvolvimento, a probabilidade de um paciente internado desenvolver IRAS gira em torno de 5 a 15%; quando higienizamos as mãos adequadamente este risco diminui substancialmente. Portanto, esta é uma medida barata e altamente eficiente na redução das infecções. Higienizar as mãos com água e sabão ou utilizando álcool em gel, salva vidas. A Agência Nacional de Vigilância em Saúde (ANVISA) recomenda algumas medidas a serem tomadas por ocasião do cuidado com os pacientes. O HSPM participa, desde setembro de 2021, do programa PROADI-SUS, que envolve 200 hospitais com a finalidade de implantar medidas para redução das IRAS em 30%.

3.Quais são os principais momentos em que o profissional de saúde deve higienizar as suas mãos?
Em todos os momentos deve haver esta preocupação não só nas instituições de saúde, mas também em casa, no seu ambiente de trabalho e no transporte coletivo. Nas instituições de saúde essa preocupação é maior, pois temos muito mais contato com matéria orgânica (com bactérias resistentes) e atendemos pacientes que apresentam diminuição na sua imunidade.

4.Quais as principais doenças relacionadas à falta de higiene das mãos?
Podemos adquirir infecções causadas por bactérias, fungos ou vírus com quadros respiratórios, gastrointestinais, cutâneos ou quadros mais severos, com infecções generalizadas.

5.Quais são os maiores momentos de exposição dos pacientes às IRAS?
Os momentos de maior exposição ocorrem por ocasião de introdução de sondas, cateteres, cirurgias de grande porte, realização de diálises ou outros procedimentos invasivos, sendo de grande importância a internação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) como fator de risco para a aquisição de IRAS.

A participação de todos os profissionais envolvidos na assistência ao paciente é fundamental para a mudança deste panorama, o que certamente poupará a vida de milhões de pessoas anualmente e reduzirá os custos advindos do cuidado com o paciente.