14 de junho lembra a importância do papel do doador de sangue

Ação é essencial para manter os serviços de saúde em todos os hospitais

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Imagem ilustrativa: Freepik.com

Manter o Banco de Sangue com estoque suficientemente abastecido para os diferentes tipos de atendimento é condição fundamental para que um hospital possa funcionar. É somente através da doação espontânea de sangue, de um voluntário sadio da comunidade, que existe a possibilidade em se realizar os mais diferentes procedimentos de saúde em uma unidade hospitalar. Podemos citar dentre estes: a transfusão de sangue, procedimentos cirúrgicos, tratamentos de câncer e doenças sanguíneas, atendimento a vítimas de acidentes e de hemorragias.

A manutenção do chamado “ciclo do sangue”, que consiste na doação, processamento, análise e conservação dos produtos derivados do sangue, é condição essencial para o pleno funcionamento do sistema de saúde.
Para termos mais informações sobre a importância do papel do doador de sangue a quem recebe, entrevistamos o Médico e Hemoterapeuta do Banco de Sangue do HSPM, Dr. Afonso José Pereira Cortez.

Como é a demanda do banco de sangue para o HSPM?
O HSPM é um hospital que tem alta demanda no Pronto-Socorro, no Centro Cirúrgico e na Oncologia. São serviços que necessitam de plenos estoques no banco de sangue. Há no hospital um serviço de coleta próprio, porém, consegue atender em torno da metade da demanda. Além disso, alguns tipos sanguíneos são menos encontrados, como no caso dos tipos sanguíneos com fator RH negativo. Outra questão é a necessidade constante de plaquetas, parte do sangue que tem validade por um período de cinco dias e que precisa ser constantemente suprida por meio das doações. O ponto positivo diante destes desafios é a parceria com a COLSAN – Associação Beneficente de Coleta de Sangue, entidade filantrópica que tem parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo contribui para repor o estoque em falta.

Quais ações são importantes, em seu ponto de vista, para aumentar o estoque do Banco de Sangue?
Realizar um trabalho em conjunto entre profissionais médicos, residentes, enfermeiros de todos os serviços do hospital para mobilizarem a doação de sangue é fundamental. No pré-operatório, os médicos do corpo clínico lembrarem os familiares sobre a importância de realizarem a doação quando um paciente estiver em tratamento ou for passar por cirurgia. Além disso, facilitar o acesso e aumentar a receptividade ao doador e promover campanhas constantes. Dr. Afonso lembra sobre a escassez do estoque de sangue no período da pandemia e os desafios gerados: “No auge da pandemia a gente teve uma quebra na coleta de sangue (em torno de 20%) porque os doadores estavam assustados e havia restrições ao sair de casa. A queda de 20% do número de doadores fez com que, basicamente, todo o movimento cirúrgico de rotina tivesse que ser suspenso, porque não tinha sangue.”

Existem pessoas que não podem ser doadoras?
Sim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e o Ministério da Saúde determinam que há casos em que o indivíduo não pode ser mais doador. Por exemplo, quem teve ou faz tratamento câncer, assim como pessoas que apresentam insuficiência orgânica, cardíaca, renal, problemas neurológicos graves, hepatite, entre outros. Existem também casos de exclusão temporária, ou seja, quando o indivíduo está com um agravo na saúde ou realizou algum procedimento, como no caso de uma gripe, por exemplo, ou quando a pessoa fez uma tatuagem. Nestes casos o doador será instruído a aguardar e voltar para realizar a doação dentro de alguns dias ou mesmo meses.

O Banco de Sangue do HSPM está em funcionamento de segunda a sábado (exceto feriados), das 8h às 13h, no 4º andar do hospital. Consulte as orientações para realizar a doação no site do HSPM, pelo link: https://bit.ly/3J9826i.



Por Luísa Carvalho