Outubro Rosa alerta para perigos e cuidados com câncer de mama

Doença é silenciosa; atenção e acompanhamento são fundamentais

 Imagem ilustrativa na qual aparece à esquerda um holofote dentro de um celular e à direita o Texto HSPM Responde

Por Gabriel Serpa

Câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo planeta. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de dois milhões de casos foram registrados em 2020 no mundo. É também o responsável pela maior taxa de mortalidade feminina no Brasil dentre todas as manifestações cancerígenas, segundo o mesmo instituto. Só em 2021, foram mais de 66 mil novos casos no país. A campanha “Outubro Rosa”, criada no início dos anos 1990, busca conscientizar sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama, além de promover a troca de informações, a fim de reduzir o número de casos e mortalidade. A edição de outubro do HSPM Responde traz a Dra. Marielle Tambellini, coordenadora da Clínica de Oncologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) para sanar dúvidas e explicar riscos da doença.

1. O que é câncer de mama?
É uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente. Outros, não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início. Tumores podem ser benignos ou malignos, mas o câncer é sempre maligno.

2. Existem sinais ou sintomas?
Os principais sintomas são nódulo na mama, geralmente fixo e indolor; alterações de pele da mama, tais como retração e hiperemia; alterações no mamilo; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída espontânea de liquido anormal pelos mamilos.

3. Como detectar? E como prevenir?
Exames de rotina como a mamografia são importantes para o diagnóstico precoce da doença, são indicados no intuito de encontrar um câncer no início e ter um tratamento menos agressivo. Diminuem a chance de morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce. Por isso, segundo o Ministério da Saúde, é recomendável à mamografia bianual (a cada dois anos) para detecção precoce da doença.
Manter hábitos de vida saudáveis pode reduzir o risco de câncer de mama, tais como: praticar atividade física, se alimentar de forma saudável, manter o peso adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hormônios como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

4. Quais tratamentos possíveis?
O tratamento depende do subtipo histológico, estadiamento e condições clínicas da paciente. Mas, via de regra, o tratamento é cirúrgico (retirada parcial ou total da mama); em casos selecionados, radioterapia e/ou quimioterapia e/ou bloqueio hormonal por cerca de 5 a 10 anos podem ser necessários na estratégia de combate à doença.

5. Existe cura para a doença?

Se diagnosticado de forma precoce e tratado adequadamente, há boas chances de cura e de controle da doença com ótima qualidade de vida.

6. Qual a importância da campanha “Outubro Rosa”?
‘Outubro Rosa’ é uma campanha anual e mundial com a intenção de alertar a sociedade sobre a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama. Visa também à disseminação de dados preventivos, além de lutar por direitos como o atendimento médico e o suporte emocional, garantindo um tratamento de qualidade e contribuindo para redução da mortalidade pela doença. Durante o mês, diversas instituições abordam o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e muitas até os disponibilizam. Iniciativas como essa são fundamentais para a prevenção, visto que nos estágios iniciais, a doença é assintomática. O movimento teve inicio em 1990, em um evento chamado “Corrida pela Cura” que aconteceu em Nova Iorque. A primeira ação no Brasil ocorreu em 2022, em São Paulo, no Parque do Ibirapuera.