Chegada do inverno representa risco para o coração

Baixas temperaturas contribuem para contração dos vasos e aumento da pressão arterial

Por Gabriel Serpa

“O frio é inimigo do coração.” Dra. Regina Adler, médica cardiologista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), é categórica quanto à chegada do inverno. Médias diárias abaixo dos 14 graus Celsius representam risco extra aos pacientes com complicações cardiovasculares. Nos meses mais frios há aumento expressivo de atendimentos e internações cardiológicas.

Isso se deve à vasoconstrição: redução do diâmetro das artérias como forma de compensar a perda de calor do corpo. “De acordo com a American Heart Association, os quadros de arritmia cardíaca, morte por infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral aumentam em até 25% no inverno”, alerta Dra. Regina, que aponta para outros fatores complicadores do frio.

Variações térmicas abruptas podem desencadear angina: dor no peito causada pela diminuição do fluxo sanguíneo no coração. É fundamental aquecer o corpo com roupas adequadas, “principalmente as extremidades: mãos, pés e cabeça. Mas também garganta” — recomenda a cardiologista do HSPM.

É preciso cuidado ao praticar atividades físicas nos dias mais frios. Optar por exercícios leves e manter-se agasalhado, do início ao fim, são formas de evitar choques de temperatura. A respiração influencia: “o ar esquenta ao passar pelas vias aéreas, quando respiramos pelo nariz”.

Atenção e cuidado com o coração também passam pela seleção de alimentos. Vitaminas A, C e E, presentes na cenoura, frutas cítricas e grãos, respectivamente, são recomendadas na dieta de inverno. Dra. Regina Adler ainda nos lembra de mais um aspecto imprescindível: “Sentimos menos sede no inverno, mas devemos beber bastante água. O frio também desidrata!”.

Visitar o cardiologista quando as temperaturas começam a cair é altamente recomendado, em especial para quem já tem histórico. “Muitas vezes, temos que ajustar a dose do hipotensor no inverno. Vemos chegar mais pacientes hipertensos nos ambulatórios nesse período”, finaliza Dra. Regina, enfatizando novamente os riscos da vasoconstrição.