Dia 30 de agosto reforça a conscientização sobre Esclerose Múltipla

Ainda não há definição sobre o que provoca o problema, mas tratamento permite o controle da doença

HSPM Responde


Por: Thayná Franzo


A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal. O HSPM Responde desta segunda-feira (30/08), Dia Nacional de Conscientização Sobre Esclerose Múltipla, traz informações sobre o assunto em entrevista com o médico neurologista do Hospital do Servidor Público Municipal, Dr. João Victor Luisi de Moura.

O que é a esclerose múltipla?
É uma doença autoimune desmielinzante do sistema nervoso central. Ou seja, o próprio organismo gera lesões nas células que produzem a mielina, um “verniz” que reveste os neurônios e permite uma transmissão elétrica eficaz.

Quais são os sintomas?
Na fase inicial da doença existem os surtos que espontaneamente melhoram. Mas ao longo do tempo, essa melhora deixa de existir e os danos vão se somando. Os surtos são perdas de funções neurológicas, como coordenação, visão, força nos membros. Muitas vezes os danos são sutis e detectados com um exame físico neurológico minucioso.

Qual a principal faixa etária afetada pela doença?
De 20 a 50 anos, mas existem pacientes crianças, adolescentes e idosos (embora numa proporção bem menor).

Quais são as causas da esclerose múltipla?
Não existe uma causa bem determinada. Sabemos como ela ocorre, como toda doença autoimune, os fatores genéticos e ambientais interagem para desencadear o processo. Por ser uma doença autoimune, existem fatores genéticos envolvidos. Mas não necessariamente os filhos de pacientes serão portadores de esclerose múltipla. Entretanto, há uma probabilidade maior de ter doenças autoimunes de outros órgãos, como por exemplo, asma e dermatites alérgicas.

É possível falar em cura?
Não. É uma doença crônica como o diabetes e a hipertensão arterial. Assim como estas doenças, há tratamentos que permitem o controle.

O que pode diminuir as chances de progressão da doença?
Os tratamentos de manutenção associados a hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, atividade física e, principalmente, evitar o tabagismo.

Como é feito o tratamento?
Com medicamentos imunomoduladores e imunossupressores. A depender do grau da doença, são necessários medicamentos mais potentes.

Quais os tipos de terapia para esclerose múltipla?
Existem medicamentos por via oral, injeções subcutâneas e intramusculares e infusões endovenosas. Independentemente de qual medicamento indicado, é fundamental o uso regular para diminuir a progressão. A grande maioria dos pacientes atinge a estabilidade clínica, ou seja, a doença fica “dormindo”.