Brasil registrou mais de 15 mil novos casos de câncer de boca em 2020

ESPECIAL JULHO VERDE

Arte em tons de verde, com um laço branco do lado esquerdo e no centro está escrito HSPM Julho Verde 2021


Por: Rosângela Dias

O câncer de boca compreende os tumores malignos localizados na língua, assoalho (abaixo da língua), gengivas, palato duro (céu da boca), mucosa jugal (parte interna da bochecha) e lábios. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que foram registrados 15.190 novos casos da doença no Brasil em 2020.

O tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são os principais fatores de risco para desenvolvimento de tumores nesta região do corpo. Pessoas que trabalham em ambientes com exposição a fontes radioativas também podem ter mais probabilidade de desenvolver câncer de boca.

“A grande maioria dos nossos pacientes têm mais de 50 anos, são do sexo masculino e foram tabagistas durante décadas. Mas nos últimos anos vem sendo observado um aumento da incidência em mulheres tabagistas. A doença não escolhe pessoas, pode até acontecer em jovens, por isso, prevenção e diagnóstico precoce são o segredo do tratamento bem-sucedido”, afirmou a Dra. Thatiana Guerrieri, médica assistente do serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

Além de evitar o tabagismo, o uso excessivo de álcool, manter uma boa higiene oral e realizar o ajuste da prótese dentária periodicamente, a especialista orienta a ficar atento a sinais que podem indicar o surgimento de tumor, como ferida ou afta que não cicatrizam, surgimento de manchas brancas e verrugas que crescem, sangram e são dolorosas.

“A procura por ajuda de um especialista tem que ser feita sempre que existe uma dessas alterações, que persistem por mais de duas semanas na boca e não melhora sozinho nesse período. O médico ou dentista irá avaliar a ferida e, se necessário, fazer uma biopsia”, explicou a médica do HSPM.

Diagnóstico precoce

As chances de cura aumentam quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais da doença. Nesses casos, o tratamento consiste na cirurgia para retirada do tumor e pode ser necessária a complementação com radioterapia e/ou quimioterapia. Infelizmente, a maior parte dos pacientes costuma ir ao médico quando o câncer de boca está em estágios mais avançados.

“Hoje estima-se que 60% dos casos são diagnosticados em fase tardia, o que acarreta sequelas ao paciente. Casos muito avançados que não podem ser operados têm pouca chance de cura e são tratados com quimioterapia e radioterapia”, disse a Dra. Thatiana Guerrieri.