Incontinência urinária deve ser tratada

Queda na qualidade de vida do paciente é uma das consequências do problema

Logo do HSPM responde, com uma mão segurando um megafone saindo de dentro de um celular

 

Por: Rosângela Dias e Giovanna Anjos

A incontinência urinária é a perda involuntária da urina e afeta, majoritariamente, mulheres e idosos. Além do incômodo físico, o problema no funcionamento do trato urinário também pode afetar a saúde emocional de quem convive com a doença. Nesta edição do HSPM Responde, o Dr. João Baptista dos Santos Junior, Ginecologista e responsável pelo setor de Uroginecologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), detalha as causas e tratamentos disponíveis para a melhora da qualidade de vida do paciente.

O que é incontinência urinária?
A incontinência urinária é uma perda urinária, quando a bexiga não consegue segurar a urina no momento em que a pessoa tosse, pula ou faz algum exercício, por exemplo. Nem toda perda urinária é caso para tratamento médico, mas se está incomodando, é melhor procura orientação médica.

Quais os tipos de incontinência urinária?

A incontinência urinária de esforço é uma das principais queixas, uma vez que atende a pacientes numa faixa etária depois dos 35 e 40 anos e é decorrente da bexiga que desceu da posição e não consegue segurar a urina no momento que apresenta algum esforço. Após os 60, 70 anos, temos o que seria a bexiga hiperativa, uma infecção que afeta a bexiga fazendo com que o paciente tenha aquela queixa típica de que levanta muitas vezes durante à noite para ir ao banheiro, por exemplo. É tanta vontade que muitas vezes não dá tempo de chegar ao banheiro, é a perda urinária por urgeincontinência.

A doença é mais comum entre mulheres do que entre os homens?
Sim, nas mulheres é mais frequente. Homens raramente vão ter uma incontinência urinária, a não ser que decorra de problemas relacionados à próstata e cirurgias da próstata.

Quais as causas?
Existem associações, pode ser genético, mas pode ter questões de gravidez ou parto, pode ser o fator da idade, principalmente a menopausa, já que a falta dos hormônios pode levar a uma atrofia do colo vesical, que é a válvula que segura à urina. Isso faz com que a pessoa perca a urina com o tempo, conforme vai atrofiando a capacidade de fechamento. Todas essas coisas podem se somar, mas não dá para afirmar com certeza qual a causa.

Qual a relação entre a gravidez e a incontinência?

Pode estar associado ao número de partos e da via de parto da mulher. Mas também tem pacientes que apresentam perdas urinárias e não têm filhos, o que pode estar associado ao lado genético ou físico, uma constituição muscular ou genética física que propicia a perda urinária.

Como é feito o diagnóstico?
Primeiro é o exame físico baseado na história que o paciente conta. O exame que confirma o quadro, na maioria das vezes, se chama Estudo Urodinâmico, e é feito pela Urologia.

Há cura para a incontinência urinária?

Existe tratamento, mas é difícil dizer se há cura ou não. Alguns pacientes obtêm melhora com o tratamento, mas o importante é o paciente ter continência (controle) para conseguir realizar as atividades diárias.

Como funciona o tratamento?
Nós temos vários tipos. São várias estratégias, tanto o tratamento clínico quanto o cirúrgico, o clinico é baseado principalmente em fisioterapia e também com medicações. No caso cirúrgico, depende da avaliação de cada paciente.

Quais as formas de prevenção?
Os exercícios, principalmente perineais para fortalecimento dos músculos, funcionam muito bem. Infelizmente, os pacientes nos procuram quando já estão com o problema, o ideal seria terem aprendido os exercícios antes.

Quais são os impactos caso o quadro não seja tratado corretamente?

O impacto é social e econômico, pois o paciente perde muito da qualidade de vida e acaba cerceando as atividades cotidianas.

A incontinência urinária pode ser um sinal de algo mais grave, como a presença de um tumor?

Sim, por isso quando investigamos um caso de incontinência urinária, fazemos outros exames além do físico para fechar o diagnóstico.