Ausência de sintomas dificulta diagnóstico precoce de câncer de ovário

Alguns fatores podem aumentar as chances de desenvolver a doença, como idade acima dos 60 anos e histórico familiar

Por Rosângela Dias

O dia 8 de maio é o Dia Mundial do Câncer de Ovário, um dos tipos de câncer ginecológico mais comum entre as mulheres. Em 2020, foram 6.650 novos casos da doença identificados no Brasil de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Como não apresenta sintomas na fase inicial, geralmente a doença é diagnosticada nos estágios mais avançado, o que tem impacto nas chances de cura.

A probabilidade de desenvolver o câncer de ovário aumenta com a idade (a partir dos 60 anos), mas outros fatores podem elevar o risco, como histórico familiar, excesso de peso corporal e fatores reprodutivos e hormonais, como infertilidade, primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos), menopausa tardia (após os 52 anos) e mulheres que nunca tiveram filhos.

Por outro lado, não há relação entre o câncer de ovário e o Papilomavírus Humano (HPV) ou em casos de mulheres com histórico de cisto nesse órgão reprodutivo. “O termo cisto de ovário é muito inespecífico, mas os cistos ovarianos funcionais (cisto folicular, lúteo, teca-granulosa e o luteoma gestacional) não apresentam risco”, explicou o Dr. Reynaldo Augusto Machado Junior, médico da clínica de Ginecologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

É preciso prestar atenção em sintomas como dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náuseas, perda de apetite e cansaço constante. Além da avaliação clínica, o diagnóstico é feito por meio de exames físicos e subsidiários, como ultrassom pélvico e ressonância da pelve. O papanicolau, exame preventivo que faz parte da rotina das mulheres, não detecta o câncer de ovário, apenas o do colo do útero.

Tratamento - A intervenção cirúrgica faz parte do tratamento, podendo ser necessária a retirada de ovário e trompa ou de toda a massa possível (cirurgia de citorredução ou debulking). A quimioterapia é utilizada na maior parte dos casos, enquanto a radioterapia é recomendada somente em casos específicos.

Ficar atenta aos fatores de risco e procurar orientação médica é essencial para aumentar a probabilidade de sobrevida, segundo o especialista do HSPM. “Infelizmente, o câncer epitelial (células que revestem o órgão) de ovário, na grande maioria das vezes, é descoberto em estágio avançado (estágio III), o que o torna o câncer mais fatal dos cânceres ginecológicos”, afirmou o Dr. Reynaldo Augusto Machado Junior.