Dengue

 No ano de 2013 o Brasil registrou mais de 1 milhão de casos suspeitos de dengue, sendo que no mundo podemos ter cerca de 100 milhões de casos por ano. Este ano provavelmente teremos um maior numero de casos, favorecidos por condições ambientais e pelo comportamento das pessoas.

A dengue é uma doença febril aguda, causada por um vírus com 5 sorotipos, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresenta: infecção inaparente, dengue clássico(DC), febre hemorrágica da dengue(DHD) ou sindrome do choque da dengue(SCD). Ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Ae.aegypti, principal mosquito vetor. A fonte da infecção e reservatório vertebrado é o ser humano. A transmissão se faz pela picada do mosquito Ae.aegypti. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem por intermédio de fontes de água ou alimento. O período de incubação varia de 3 à 15 dias, sendo em média 5 a 6 dias.

A transmissão do ser humano para o mosquito ocorre quando houver presença de vírus no sangue humano (período de viremia). Esse período começa 1 dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença.


Aspectos clínicos
Dengue clássico (DC) – a primeira manifestação é a febre alta 39 à 40 graus C, de início abrupto, seguida de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Sangramentos, tem sido relatados mais frequentemente entre adultos, ao fim do periodo febril. A doença tem duração de 5 à 7 dias, mas o periodo de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade fisica, e prolongar-se por varias semanas.

Febre hemorrágica da dengue (FHD) – os sintomas iniciais são semelhantes aos do dengue classico porém há um agravamento do quadro, geralmente entre o 3º ou 4º dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. Na suspeita de dengue devemos procurar orientação médica, pois o tratamento pode ser somente sintomatico nos quadros leves da doença, até a internação nas UTIs, frente os casos mais severos.

Não há vacinas disponiveis atualmente, sendo que existem pesquisas para que em cerca de 2 anos tenhamos imunização para a doença. Não há, no momento, evidencias de que o uso de medicamentos ou vitaminas tenham função de repelentes.

Desta forma, os cuidados para eliminar os criadouros devem ser adotados por todos, pois o mosquito tem capacidade de voo de mais de 100 metros, podendo a fêmea picar centenas de pessoas durante sua vida, transmitindo a doença.

 

Dr. Marcos Antonio Cyrillo
Coordenador do S.T.C.I.H. (HSPM)

Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/MS