Expo Internacional Dia da Consciência Negra traz programação de debates diversa para discutir racismo estrutural

Evento, que permanecerá aberto ao público de 20 a 22 de novembro no Anhembi, faz parte do projeto São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural e tem expectativa de público de 5 mil pessoas por dia

A 1ª Expo Internacional Dia da Consciência Negra de São Paulo, que acontece entre os dias 20 e 22 de novembro e tem um público de cerca de 5 mil pessoas por dia, promove um ciclo de debates nas mais diversas áreas: saúde, economia, justiça, cultura e tecnologia. Idealizado e organizado pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI), o evento tem como objetivo reunir especialistas e autoridades do Brasil e de outros países para conscientizar a população paulistana e posicionar a cidade de São Paulo como indutora do debate e das ações de combate ao racismo estrutural no país e na América Latina.

Em uma viagem ao tempo, com elementos lúdicos e educativos, o objetivo da Expo é recontar a história da humanidade, das ciências e das inovações tecnológicas. A mostra busca promover um resgate da história brasileira, e, para isso, ressalta o protagonismo da população negra, destaca as diversas lutas por emancipação e busca sensibilizar a população em geral para os impactos e permanências da herança escravocrata em nossa sociedade.

Segundo a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, a Expo não é uma ação pontual. “O evento veio para ficar. Nós queremos dar visibilidade todo ano para que as pessoas reflitam, se conscientizem e agreguem esforços no combate ao racismo”, pontua.

Além disso, a Expo pretende ensejar uma mudança de narrativa em relação aos países africanos e à presença na diáspora ao apresentar suas dimensões tecnológicas, conectadas, modernas e inovadoras, em contraposição às imagens comumente associadas à precariedade, ao tradicional e à escassez.

O evento é formado por cinco alamedas temáticas: educação, saúde, mulher negra, cultura, e empreendedorismo e tecnologia. Em cada alameda, elementos educativos interativos promovem uma imersão única, a partir de referências do carnaval brasileiro.

Nas alamedas podem ser encontrados também, expositores, nacionais e internacionais. Nestes estandes, diversos por seus produtos, serviços, linguagens e formatos - é possível encontrar tanto empreendimentos que resgatam tradições ancestrais, como os que apontam para o futuro por meio de tecnologias inovadoras, como o ramo de fintechs negras. Tal espaço serve, ainda, para fomentar o empoderamento econômico da população ao ensejar trocas e parcerias, divulgar os trabalhos e impulsionar essas iniciativas.

“A Expo é um convite para que as pessoas entendam que não existe uma sociedade saudável, com desenvolvimento econômico, realmente democrática, se a gente não falar sobre e combater de fato o racismo”, afirma a idealizadora e assessora especial da SMRI, Adriana Vasconcellos.

 

Confira a programação de mesas de debates:

Dia 20
10h, Abertura
Reconhecimento - Combate ao Racismo entre presente, passados e futuros
Com Irene Vida Gala, Elisa Lucas, Kenia Maria, Judith Morrison, Edna Roland, Adriana Vasconcellos e Marta Suplicy

11h30
Museus, Cultura e Educação - uma conversa entre o Museu Afro-Brasil e o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana
Com Siméia Mello, Kendely Oliveira, Paul Gardullo e Dr. Dwandalyn Reece.

14h
Mesa 1 - Passado: Reescrever o passado, pensar o presente e imaginar futuros pela literatura
Com Lilia Schwarcz, Itamar Vieira e Rosane Borges

16h
Mesa 2 - Presente: Ocupando todos os lugares - raça, gênero e território no mercado de trabalho e na mídia
Com Mafoane Odara, Adalberto Neto, Urenna Best (Panamá) e Preto Zezé. Mediação de Thais Bernardes.

17h30
Mesa 3 - Futuro: Empreender e reinventar: decodificando o futuro por uma perspectiva afrodiaspórica
Com Niousha Roshani (Costa do Marfim), Jaqueline Góis, Hélio Santos. Mediação de Adriana Vasconcellos


Dia 21
10h
Mesa 4 - Passado: Resgatando e Preservando tradições africanas pela saúde, cultura e educação
Com Katiúscia Ribeiro, Leila Rocha e Oba Kabiesy Adekunle Aderonmu. Mediação de Joyce Ribeiro

11h30
Justiça, racismo e sistema carcerário: dos velhos probelams aos desafios da tecnologia
Com Babyi Querino, Roberto Tardelli e Dora Cavalcanti. Mediação de Eunice Prudente

14h
Mesa 5 - Presente: Cultura, Internet e Tecnologia no combate ao racismo e na garantia de direitos
Com Silvio Almeida, Neon Cunha, Egnalda Côrtes e Viviane Ferreira. Mediação de Joana Raphael (OMPIR, Niterói)

16h
Mesa 6 - Futuro: Abrindo outros caminhos: economia, sustentabilidade e políticas afrofuturistas
Com Nina Silva (Black Money), Armelle Cibaka (ICLEI), Roberto Rojas (OEA) e Katyna Argueta (PNUD). Mediação de Jonathan Raymundo


Dia 22
10h
Desenvolvimento - Perspectivas para uma economia antirracista
Com Natália Dias (Standar Bank), Luana Ozemela (Roots Fund), Rui Mucaje (Afrochamber) e Marta Suplicy (SMRI)

 

Serviço:
Quando: Aberta ao público de 20 a 22 de novembro
Onde: Pavilhão Oeste do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, São Paulo)
Inscrições: https://bit.ly/3kOstJp

Pandemia: De acordo com os protocolos sanitários estipulados na Resolução estadual nº 166, de 4 de novembro de 2021, as pessoas com mais de 12 anos terão que apresentar comprovante do esquema vacinal completo contra a covid-19. Aqueles que receberam apenas a primeira dose e menores de 12 anos deverão apresentar teste do tipo PCR negativo com até 48 horas de antecedência, ou antígeno realizado em até 24 horas antes do evento.