A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e SP Urbanismo, participou nesta quarta-feira (12) de um encontro com estudantes, professores e comunidade para debater as ações previstas para implantação do Parque Minhocão. O encontro foi organizado pelas faculdades de arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Escola da Cidade.
Com a participação dos docentes, discentes e comunidade, o debate abordou as principais sensibilidades e desafios para o processo de transformação urbanística do Minhocão (Elevado Presidente João Goulart). O objetivo é envolver a área acadêmica com a proposição de um debate técnico a respeito do melhor projeto para o Parque Minhocão. Os encontros serão organizados em duas etapas, a primeira realizada na noite de ontem, quando foram apresentados os estudos sobre a implantação de obras de segurança e acessibilidade recomendadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo; o segundo evento acontecerá em agosto na FAU-USP, e terá como foco a análise detalhada de cada item dos respectivos estudos.
“Queremos um processo participativo em todos os aspectos, a transformação urbana não pode ser responsabilidade apenas de um único ator, organização ou instituição. Um processo de transformação precisa de coalizões, planejamento e informações que ajudem nesta discussão com a sociedade”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre.
Durante o debate, equipes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e SP Urbanismo apresentaram pesquisas sobre o impacto de mobilidade urbana e proposição de medidas de mitigação do trânsito e ambiental, resultado do diagnóstico preliminar apontado pelo Grupo de Trabalho Intersecretarial, criado pelo Decreto nº 58.601/2019, composto pelas secretarias de Governo, Desenvolvimento Urbano, Transportes, Verde, Obras, Subprefeituras e Cultura. O Grupo de Trabalho recomendou diversas ações, com prioridade para o início imediato das discussões públicas do PIU Minhocão, implantação de obras de segurança, acessibilidade e conforto recomendadas pelo Ministério Público. Acesse o Relatório do Grupo de Trabalho Intersecretarial.
Segundo José Armênio, presidente da SP Urbanismo, “o elevado é uma peça importante na estrutura da cidade, sobretudo para a requalificação da área central. O atual Plano Diretor, amplamente debatido com a população, já determinava a gradual restrição ao tráfego de veículos, até sua completa desativação”.
Estudantes e acadêmicos questionaram diversos pontos de sensibilidade, entre eles a possibilidade de um projeto urbano no Elevado causar a gentrificação na região. Sobre esse questionamento, foi esclarecido que a Prefeitura está empreendendo esforços para garantir a permanência da população de baixa renda nas áreas de influência do Parque, tendo em vista a provável valorização imobiliária da região. Para isso, está realizando o levantamento das áreas destinadas à habitação popular e das famílias em situação de vulnerabilidade social do entorno visando promover a produção de moradias de interesse social e garantir a manutenção da população afetada. O projeto do Parque está inserido num conjunto de ações da municipalidade que visam requalificar a área central e assim atrair novos moradores para uma região dotada de infraestrutura, serviços e empregos; sem prejudicar quem já mora nas proximidades.