Observatório Martinelli

 

A Prefeitura vai conceder à iniciativa privada os andares 25º, 26º e 27º e 28º do Edifício Martinelli, além do espaço situado na loja 11 do edifício, totalizando uma área de 2.570 m². No local deverão ser implantados e explorados equipamentos urbanístico-cultural e gastronômico e serviços de visitação pública.

 

Objetivos da concessão

Além do esforço de recuperação da região central, a concessão tem como objetivos:

  • Retomar o protagonismo do Edifício Martinelli no cenário turístico e urbanístico da capital;
  • Proporcionar ao público uma experiência de visitação completa, composta por um programa de atividades estruturado nos eixos de visitação pública, memória/urbanismo e gastronomia;
  • Garantir a adequada destinação econômica de relevante ativo imobiliário da SP Urbanismo, maximizando o seu retorno financeiro;
  • Garantir a melhoria, o desenvolvimento socioambiental e a reativação do Centro de São Paulo, em especial do Triângulo Histórico.

 

Certame Licitatório

A Prefeitura de São Paulo, por meio da São Paulo Urbanismo, publicou em 12 de dezembro de 2022, no Diário Oficial do Município, a reabertura do processo licitatório para a concessão de uso do terraço do Edifício Martinelli. A abertura dos envelopes de propostas aconteceu no dia 08 de fevereiro de 2023. Clique aqui para acessar o Edital na íntegra e todas as comunicações relacionadas à licitação.

A proposta comercial e os documentos de habilitação foram apresentados pela empresa TOKYO SP 110 LTDA . Toda a documentação foi analisada pela SP Urbanismo à luz do edital de concessão. Com ágio de 18%, a proposta comercial ofertou o valor de R$ 135.000,00 a título de outorga fixa mensal, portanto, dentro dos parâmetros previstos no edital, que previa outorga mínima de R$ 115.000,00.

O prazo de vigência da concessão é de 15 anos. A concessão do terraço do Edifício Martinelli é mais um projeto da Prefeitura para a requalificação do centro da cidade.

 

Conheça a história do Edifício Martinelli

O Edifício Martinelli é um dos primeiros arranha-céus do Brasil e da América Latina. Localizado no centro de São Paulo, entre as ruas São Bento e Libero Badaró e a Avenida São João, o prédio foi idealizado pelo comerciante italiano Giuseppe Martinelli e projetado pelo arquiteto húngaro Vilmos (William) Fillinger.

Sua construção foi iniciada em 1924 e se arrastou por dez anos, sendo parcialmente inaugurado em 1929, com apenas 12 andares. Devido à disputa pelo título de maior arranha-céu do Brasil com o Edifício “A Noite”, também em obras no Rio de Janeiro, o comerciante Martinelli foi acrescentando novos andares até se convencer de que havia vencido a disputa, alcançando 30 andares e 105 metros de altura. Mais de 600 operários e 90 artesãos trabalharam nas obras.

A obra gerou polêmica, visto que, apesar de reverenciada como um símbolo do progresso econômico e tecnológico da mais nova metrópole, foi criticada por seu porte e contraste em relação ao tecido urbano baixo predominante na cidade. Além disso, houve desconfiança de parte da população por conta da segurança do empreendimento. Para se contrapor a isso, o Comendador Martinelli construiu um palacete na cobertura do edifício para abrigar a residência de sua própria família.

O rico e luxuoso edifício atraiu inquilinos ilustres, como o Hotel São Bento e o Cine Rosário, além de restaurantes, clubes, partidos políticos, veículos de imprensa e boates. A partir da década de 1960, o empreendimento entrou em uma fase de degradação extrema, com precarização das habitações, ocupações por templos e prostíbulos, colapso dos elevadores, acúmulo de lixo nos poços e ocorrência de diversos crimes.

O edifício foi desapropriado e completamente remodelado entre 1975 e 1979 para abrigar órgãos municipais e lojas no piso térreo. Atualmente o edifício é sede das secretarias municipais de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), Habitação (SEHAB) e Subprefeituras (SMSUB), da Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB) e da São Paulo Urbanismo, proprietária de alguns andares do prédio, incluindo a cobertura. Atualmente, cerca 80% do prédio pertence à Prefeitura de São Paulo e o restante é de uso privado.

A partir da década de 1980, com a regulamentação pelos órgãos de preservação do patrimônio histórico (CONPRESP e CONDEPHAAT) das diretrizes de preservação de áreas envoltórias de imóveis e espaços públicos próximos, o Edifício Martinelli teve sua volumetria e fachadas tombadas.

Em 2008, a cobertura do edifício foi restaurada e o terraço foi aberto à visitação pública em 2010, permanecendo assim até o início de 2017, quando foi fechado para receber melhorias.

Em 2020, a Prefeitura de São Paulo lançou o primeiro edital de licitação para a concessão do edifício, mas, a pedido do Tribunal de Contas do Município, o processo foi suspenso para ajustes nas regras da concessão.