O prefeito Fernando Haddad, acompanhado pelos secretários municipais Artur Henrique (Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo) e Simão Pedro (Serviços), participou, em 25/8, da cerimônia em comemoração do centenário das feiras livres na cidade, realizada no Mercado Municipal da Cantareira, região central. Durante o evento, Haddad destacou a importância das feiras na cultura do paulistano.
“A gente tem que se habituar em São Paulo a romper os muros que nós construímos ao longo das últimas décadas e a maneira correta de fazer isso é por meio dessas iniciativas. A feira livre é uma delas e tem cem anos, então nós temos que promovê-la”, afirmou o prefeito, que completou: “A feira livre é a maior bandeira de como deve ser a ocupação do espaço público na cidade. É a demonstração que é ocupando a cidade que ela se torna mais prazerosa, mais agradável, mais saudável e mais segura. É com gente que a gente garante segurança, não é se fechando em casa que nós vamos estar mais seguros na cidade de São Paulo. Os feirantes têm um compromisso histórico com a cidade se depender dessa administração ele só vai avançar”.
Existente desde a antiguidade, o comércio em forma de feiras livres chegou ao Brasil pelos portugueses. Em 1914, com a crise no abastecimento de frutas e verduras, os alimentos tornaram-se caros e escassos. Os paulistanos se abasteciam no mercado São João, no Largo General Osório e no Caipira, no centro da cidade. Na época, o então prefeito Washington Luis, por meio do Ato 710, em 25/08/1914, assinou a criação dos “Mercados Francos”. Este ato marcou a criação da primeira feira livre oficial, no Largo General Osório, com 26 feirantes. A segunda instalou-se no Largo do Arouche, com 116 feirantes e a terceira foi no Largo Moraes de Barros.
“A feira faz parte da nossa cultura. As pessoas gostam de ir à feira. As pessoas gostam de consumir na feira. Então eu queria saldar esse grande momento que é a comemoração do centenário das feiras na nossa cidade de dizer o nosso compromisso da Secretaria de Serviço, da Amlurb, junto com a Secretaria do Trabalho, que é responsável pelo abastecimento da cidade desse compromisso que o prefeito assumiu com a cidade de darmos conta desse grande objetivo do plano de metas da cidade, que é fazer a reciclagem, diminuindo o volume de resíduos [sólidos] que a gente manda para o aterro”, afirmou Simão Pedro.
Dos 12.073 feirantes cadastrados na cidade, 7.211 (60%) são homens e 4.862 (40%) são mulheres. No que diz respeito à idade dos feirantes, 7.865 (66%) deles têm de 36 a 65 anos. E se de um lado tem poucos jovens até 25 anos trabalhando nas feiras (319, ou 3% do total), há ainda uma grande incidência de idosos feirantes: 1.678 (13%) deles têm entre 66 e 95 anos. E a maioria dos feirantes trabalha em família. Basta caminhar por qualquer umas das mais de 880 feiras da cidade para encontrarmos casais, pais e filhos do outro lado da barraca.
“Esse resgate histórico do papel das feiras livres como um convívio família e a possibilidade de ter cada vez mais pessoas indo às feiras junto aos seus familiares, seja para comer um pastel, seja para escolher um produto de boa qualidade, de preços acessíveis, mostra o quanto a feira livre é importante”, disse Artur Henrique.
Também participaram da comemoração o secretário municipal de Governo, Chico Macena, o secretário-adjunto da secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Tuca Munhoz, e os subprefeitos Alcides Amazonas (Sé) e João Carlos da Silva Martins (Vila Mariana).
Feiras Orgânicas
O prefeito Fernando Haddad assinou no último dia 22 o decreto nº 55.434 que autoriza a instalação das feiras orgânicas e feiras de produtos de transição agroecológica em equipamentos esportivos da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação.
“O decreto anterior tinha um entendimento legal e de certa maneira meramente burocrático de impedir a instalação das feiras livres nos nossos centros esportivos municipais e comunitários. Isso é uma imputação contraditória com a ideia de Centro Esportivo. Porque Centro Esportivo é um local onde se pratica esporte em proveito da promoção da saúde e uma feira livre, sobretudo uma feira de orgânicos, dialoga com a agenda do esporte imediatamente”, afirmou Haddad.
Com este decreto, as feiras orgânicas e de produtos de transição agroecológica poderão ser instaladas nos Centros Esportivos Municipais e nos Clubes da Comunidade, cabendo sua administração à Supervisão Geral de Abastecimento (Abast), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo. A instalação das feiras dependerá da anuência da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação e deverá observar as disposições legais que regulam as feiras livres do município.
“Se nós pensarmos em uma cidade sustentável, é uma cidade onde se promove a saúde por meio do esporte, do combate ao sedentarismo, da caminhada, do uso do transporte público, das ciclovias, da coleta seletiva de resíduos sólidos”, afirmou o prefeito Haddad, lembrando que São Paulo inaugurou as duas primeiras centrais mecanizadas de triagem da América Latina, triplicando a coleta seletiva na cidade.
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Fonte: Secom