Foram 319 crianças ouvidas em18 telecentros, 9 praças contempladas pelo WiFi Livre SP e um lema: jaê. Do tupi, a palavra significa “nós dizemos”. Jaê – criando a São Paulo que a gente quer, assim, evidencia já no nome seu objetivo: falar e ouvir para melhorar a cidade. A diferença desse para tantos outros projetos de comunicação colaborativa é o público-alvo. O Coletivo Cala-Boca Já Morreu, que há 20 anos trabalha com rádio e jovens, escolheu dialogar com crianças de 6 a 17 anos de idade trabalhando com a ferramenta de áudio e assunto a cidade de São Paulo.
Foram colhidas, assim, sugestões, planos e críticas. Uma coisa que foi destacada pela Mariana Manfredi, membro do coletivo, é a falta de visão sistêmica por parte dos entrevistados, ou seja, não há o senso de dicotomia que há nos adultos: isso é bom, aquilo é ruim. Segundo ela, as crianças não se importam com essas grandes verdades, então o processo da entrevista é muito mais fluido, pois as críticas já vêm acompanhadas de sugestões, até porque se trata de um público muito atingido pelas políticas públicas, apesar de nunca ser consultado.
A idéia para sexta é não só expor, mas também analisar os dados recolhidos ao longo do ano e abrir o microfone para perguntas e comentários do público. Manfredi comenta que os áudios continuarão disponíveis no site do jaê para quem se interessar pela metodologia e pelo conteúdo. Ainda segundo ela, o site é o grande registro do projeto e, como estão querendo estimular essa postura de ouvir crianças, todo o trabalho feito e divulgado até agora continuará aberto a todos os interessados. Dessa forma, é possível ter o material bruto das propostas levantadas pelo Jaê, entender e renovar a cidade, criar a São Paulo que as crianças querem.
______________________________________________________________
Apresentação de resultados do projeto Jaê – criando a São Paulo que a gente quer
Onde? Auditório da Biblioteca Mário de Andrade.
Quando? Dia 4 de dezembro, sexta, das 14h às 17h.
Saiba mais: www.jae.org.br/