“Nossas vozes, nossos saberes, nosso poder”

Projeto da Casa de Lua em parceria com Redes e Ruas promove feminismo em praças.

 

“Alvo de diferentes projetos de intervenção durante a escravidão africana nas Américas, o corpo da mulher negra foi visto como um misterioso pedaço de carne a ser dissecado.”
                                                                                                                      - Giovana Xavier.

      A cada doze segundos uma mulher é violentada no Brasil. As pessoas negras têm 2,5 vezes mais chance de serem assassinadas que as pessoas brancas no Brasil. Esses são dados coletados e analisados na última década e evidenciam duas estruturas sociais de opressão: o machismo e o racismo.

      A mulher negra tem em seu corpo essas duas opressões. O passado histórico – ainda muito recente – da escravidão deixa marcas em recortes sociais, raciais e de gênero. Com tudo isso, o corpo potencializado é silenciado duramente por todo um coletivo social, consciente disso ou não.

      A Casa de Lua vem, com seu projeto “Nossas vozes, nossos saberes, nosso poder”, romper com esse silêncio imposto. Organizado por e para mulheres negras, a ideia é a soma das resistências individuais e a verbalização do poder do coletivo.

      Com rodas de diálogo sobre ser mulher, gravações em áudio e em vídeo, o projeto – um dos vencedores do edital Redes e Ruas – visa uma rede de comunicação própria. Protagonismo, comunicação e acessibilidade são palavras chave para entender como a Casa de Lua está se mobilizando. 

      Representatividade importa. E a mulher negra tem em seu corpo também o passado histórico – não tão distante – de luta. Ela resiste. Ela transborda.

“A violência sobre o corpo ia além do que da dor que se infligia àquelas mulheres, afinal o corpo não deixava de ser, como lembra Arlette Farge (2008, p.170), ‘o tecido carnal da história’ e foi ‘sobre ele que se imprimiu o político’.”
                                                                                                                       - Luciano Figueiredo.

 

 

Quando: domingo, 17 de maio, às 10h.
Onde: Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, Freguesia do Ó, zona norte (mapa: http://www.wifilivre.sp.gov.br/index.php?exibe=64);
Quanto: grátis;
Observação: o evento conta com cuidadoras para tomar conta das crianças;
Inscrições: http://casadelua.com.br/nossasvozes/inscreva-se/.