Novo curso da EMASP aborda educomunicação na gestão pública

Capacitação mostra que comunicar e informar bem o(a) cidadão(ã) é criar uma cidade mais democrática e ativa

Por Beatriz Ramos
Editado por Elis Verri

 

Foto: Beatriz Ramos

A EMASP deu início ao ano com novos eventos. Entre eles, está o curso “Educomunicação na Gestão Pública”, que inaugurou sua primeira turma nesta terça-feira, 31 de janeiro. A instrutoria ficou por conta da Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental, Thaís Brianezi, servidora da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência.

A educomunicação é um campo teórico-prático que faz fronteira entre a comunicação e a educação. Ela visa promover, entre outros atributos, a leitura crítica da mídia, por meio da acessibilidade e da intervenção, com o objetivo de fortalecer ações da educação para a cidadania. Na administração pública, promove a transparência e melhora a interação entre governo, cidadãs e cidadãos.

A formação ministrada na EMASP tem por objetivo unir a educomunicação aos princípios de transparência e de integridade, aos novos meios tecnológicos e às práticas de Governo Aberto e de participação popular. Com dinâmicas, teoria e debates, as alunas e os alunos interagiram e praticaram técnicas de redação acessível para aprimorar o contato com os munícipes, tornando-o mais democrático e eficaz.

Comunicação e transparência

Para a instrutora, que também é jornalista, os principais desafios para a efetividade da implementação dos princípios da educomunicação na cidade de São Paulo são culturais – ou seja: é preciso rever a abordagem dos assuntos, principalmente de temas técnicos e legais, de forma que sejam compreensíveis e acessíveis a quem está de fora das burocracias e dos procedimentos internos.

Como Thaís aponta, a educomunicação pressupõe o diálogo e uma relação mais horizontal. Mas há desafios: segundo ela, ainda há uma herança cultural de um Estado paternalista, que se evidencia ao se tentar implantar modelos alternativos que aliam educação e comunicação.

Apesar disso, ela afirma que atualmente existem pressões por mudanças no processo de transparência, posto que, com a variedade de canais de comunicação e em linguagens menos institucionalizadas e de mais fácil circulação, o munícipe torna-se mais ativo e mais crítico para cobrar os governantes.

“Em termos de cultura, isso [a prática da educomunicação] também se liga a ideia de Governo Aberto. Para diferentes correntes, vai ganhando força a ideia de sociedade em que a política pública não é feita só pelo Estado, mas também pela comunidade”, diz a instrutora. Logo, “são alguns princípios que vão fortalecendo essa concepção de uma comunicação mais aberta, mais educomunicativa”, afirma.

Programa EDUCOM

O curso também apresentou ações aplicadas em âmbito municipal, como o
“Programa EDUCOM - Educomunicação pelas ondas do rádio”, instituído em 2004 por meio da Lei 13.941. O programa tem por objetivo capacitar os agentes públicos municipais em atividades de educomunicação em diversas áreas, Secretarias e órgãos.

Dessas diretrizes, surgiram ações na Prefeitura de São Paulo, como a agência de notícias Imprensa Jovem, que dispõe de 200 equipes em escolas espalhadas na cidade. A iniciativa produz maior aproximação de professores(as) e alunos(as), além de despertar nos jovens, habilidades criativas e críticas, ampliando os meios de comunicação entre a comunidade e a escola.

Sobre o curso

A capacitação, com 4 horas de duração, é voltada para agentes públicos e membros sociedade civil, que estejam, preferencialmente, envolvidos em ações de transparência e fomento à participação popular em políticas públicas.

Mais turmas serão ofertadas. Acesse a ementa do curso, e acompanhe a programação de capacitações da EMASP.