Artistas que representam a juventude negra e as periferias pediram à presidenta Dilma Rousseff o fortalecimento de políticas para enfrentar e combater a violência que atinge essa parcela da população, que concentra as principais vítimas de homicídio.

A reivindicação foi apresentada em carta assinada por mais de 80 artistas, lida durante a cerimônia de sanção do Estatuto da Juventude, na segunda-feira, dia 5, pelo rapper e ativista do movimento negro Genival Oliveira Gonçalves, o Gog.

Leia a carta na íntegra aqui.

O enfrentamento à violência entre os jovens negros e de periferia é o foco do Juventude Viva, programa do governo federal que a Prefeitura de São Paulo implementará na Cidade. No último dia 26, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial realizaram um diálogo com movimentos de atuação voltada à juventude negra e de periferia para apresentar o programa e debater a sua construção em São Paulo (leia mais aqui).

“A violência e a repressão experimentadas por alguns durante as manifestações de junho é o cotidiano da vida dos jovens da periferia, com uma diferença: a substituição das balas de borracha pelas balas de aço, de verdade”, comparou Gog.

No texto, os artistas também pedem a desmilitarização da polícia no Brasil e o fim do termo “auto de resistência” para registrar morte em confronto com a polícia. “No lugar de investimentos em armamentos e presídios, reivindicamos investimentos na construção de escolas, em saúde, em cultura”, sugeriu.

Sancionado nesta segunda-feira, o Estatuto da Juventude compila direitos da população jovem, com idade entre 15 e 29 anos. O estatuto reforça direitos já previstos em lei, como educação, trabalho, saúde e cultura e determina sua aplicação para atender necessidades específicas dessa faixa etária, que reúne cerca de 51 milhões de brasileiros.

 

Com Agência Brasil