No mês do folclore, bibliotecas destacam o caipira

Encontros, danças, shows, oficinas e mais de 20 atrações celebram o caipira em diversas bibliotecas da cidade

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“O caipira não é um mendigo”. A frase é constantemente repetida pela cantora e pesquisadora Inezita Barroso, quando faz palestras sobre folclore em escolas e universidades. Segundo ela, a imagem estereotipada do homem com roupas remendadas, com pouca saúde e preguiçoso, disseminada pelo personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, em nada condiz com a do homem da roça do interior de São Paulo, trabalhador e com uma cultura rica, repleta de “causos”, danças e modas de viola, entre outras expressões artísticas. Para festejar o dia do folclore, 22 de agosto, as bibliotecas públicas trazem uma programação especial que enfoca a cultura caipira.

Entre os participantes estão contadores de histórias como Lídia Engelberg, que narrará contos tradicionais da roça, e Zé Bocca, da cidade paulista de Votorantim, que apresentará História para ouvidos pequenos, contação para crianças que reúne “causos” ao som de canções e de brincadeiras de trava-línguas. Em outra ocasião, acompanhado pelo violeiro Marcos Boi, Bocca enfoca personagens da cultura e folclore brasileiros, como o matuto, o tropeiro e o diabo.

O grupo Os Favoritos da Catira, criado no começo da década de 1980, em Guarulhos, faz aulas-show sobre catira, também conhecida como cateretê, dança que teve origem na mistura das culturas indígena, africana, portuguesa e espanhola, difundida pelos jesuítas e bastante propagada nos séculos 17 e 18, durante o ciclo do tropeirismo. Também introduzida por esses padres, a moda de viola surgiu durante as aulas de catequese que eles ministravam aos índios. Para falar sobre viola caipira, o músico Jackson Ricarte coordena uma oficina para esclarecer as dúvidas sobre o instrumento e sobre as formas de afinações e noções técnicas. 

Com mais de 20 atrações de diversas linguagens artísticas, a programação de Agosto caipira se estende por todo o mês.

Veja a programação