Animação é tema de encontro no CCJ

Projeto Fazen’Desenhanimado desenvolve atividades a partir do dia 12

A produção brasileira de desenho animado ganhou notoriedade, principalmente, a partir de 1996, quando o longa Cassiopéia, de Clóvis Vieira, ficou conhecido como o primeiro produzido integralmente em computação gráfica. De lá para cá, muita coisa evoluiu, como as técnicas utilizadas e o próprio mercado cinematográfico.

Para atualizar o debate, uma série de atividades acontece, entre os dias 12 e 26, no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, integrando o projeto Fazen’Desenhanimado.

Durante décadas, a produção de animação para cinema foi monopólio dos estúdios Disney, que padronizaram a linguagem graças ao sucesso comercial alcançado por seus títulos, como o pioneiro Branca de Neve e os sete anões, de 1937. Mais tarde, estúdios como Pixar, Dreamworks Animation, Fox, entre outros, passaram a lhe fazer uma saudável concorrência. A prova disso é que o primeiro Oscar de Melhor Animação foi conquistado por um título da Dreamworks, Shrek, em 2002.

A partir da década de 1940, também os desenhos da Disney feitos para a televisão disputaram a preferência do público com outras produções realizadas pela Metro-Goldwyn-Mayer e pela Warner Brothers.

Até recentemente, o mercado brasileiro servia apenas como escoamento da produção internacional e, mesmo com avanços na área, considerar Cassiopéia um ícone não é consenso entre os realizadores de animação. “Na produção brasileira não temos um filme que possa ser considerado marco”, comenta Céu D’Ellia, curador da programação e um dos palestrantes. Na década de 1980, o cineasta integrou a equipe da Amblinmation, empresa de  Steven Spielberg que, mais tarde, se tornaria a Dreamworks Animation.

Roteirista e diretor do longa Garoto cósmico, o paulistano Alê Abreu participa de um bate-papo no qual comenta essa produção e fala sobre seus projetos futuros, como Cuca no jardim, com previsão de lançamento para 2011. Embora bem recebido pelo público brasileiro, o cineasta adianta que a animação não deve se tornar uma franquia. “Para um animador, de certa forma, o trabalho de um filme para outro é sempre uma continuação. No meu próximo longa, eu respondo algumas questões que deixei em aberto em Garoto cósmico”, conclui.

Serviço: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso. Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha. Tel. 3984-2466. Próximo do Terminal de Ônibus Cachoeirinha. Atendimento: 3ª a domingo, das 10h às 20h. 12 e 26. Grátis.