Médicos do Tatuapé participam do Dia Mundial de Combate ao AVC

Evento na Avenida Paulista aferiu pressão arterial e levou conscientização à população

Por Keyla Santos

Nesta quinta-feira (29), quem passou pela Avenida Paulista pôde aferir a pressão arterial e ficou conhecendo dados importantes sobre um problema que, em 2014, matou 5.665 pessoas no Município de São Paulo: o Acidente Vascular Cerebral (AVC) – também conhecido como derrame. As atividades foram promovidas pela Secretaria Municipal da Saúde para marcar o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral.

Durante todo o dia profissionais da rede municipal de saúde fizeram a aferição da pressão arterial dos transeuntes e distribuíram folhetos informativos sobre o AVC. O objetivo da campanha é conscientizar a população acerca dos riscos de ter um AVC e de suas possíveis sequelas, além de educar com informações sobre prevenção e identificação dos primeiros sintomas. No ano passado, só no Município de São Paulo, 10.704 pessoas foram internadas. A ação é resultado da parceria entre SMS e a ONG Rede Brasil AVC e Medtronic.

No Brasil o AVC é a segunda causa mais frequente de óbitos, mas já foi a primeira. Hoje, a cada cinco minutos um brasileiro morre em decorrência do AVC. Em cerca de 80% dos casos o AVC poderia ser evitado. Mas poucas pessoas conhecem o suficiente sobre suas causas, sintomas e cuidados.

Doença da vida moderna

De acordo com os médicos da Comissão de Tratamento do AVC do Hospital Dr. Cármino Caricchio, do Tatuapé (zona Leste), Euzébio Ramos e Fátima Perez, a mudança de hábito, a prevenção e promoção da saúde são fatores fundamentais para diminuir os riscos de AVC. “O acidente vascular cerebral, assim como o infarto agudo do miocárdio, é uma doença da vida moderna porque a maioria das pessoas se alimenta mal, não pratica atividade física. Temos de mudar nossos hábitos e fazer os exames de rotina, como aferir a pressão, fazer o exame para saber se é diabético ou não e teste ergométrico”, disse Ramos.

Para a secretária-adjunta da SMS, Célia Cristina Bortoletto, todas as ações de prevenção e promoção à saúde que façam com que o cidadão perceba se ele está precisando de cuidados, são sempre bem-vindas. “A Secretaria de Saúde agradece aos parceiros que possibilitaram essa ação. O AVC é uma doença que acomete a população de forma significativa. Por isso, é muito importante que as pessoas tenham acesso a essa informação e consigam identificar os primeiros sinais. Com informação, caso a pessoa esteja sendo acometida pelo AVC, ela poderá perceber rapidamente e, assim, procurar ajuda. Quanto mais rápido uma pessoa tiver acesso ao cuidado, melhor será”, disse Célia.


Os cidadãos que passaram em frente ao Shopping Center 3 ficaram curiosos com a movimentação dos profissionais da rede municipal de saúde. A maioria não perdeu tempo e foi conferir como estava a saúde. Entre eles estava a aposentada Maria Aparecida Cristalino, de 57 anos que já teve caso de AVC na família. “Meu pai teve AVC e morreu, porque na época que aconteceu ele não teve instruções e acesso às informações que temos hoje. Por isso eu já tenho acompanhamento médico, tenho conhecimentos sobre como identificar os sinais e sintomas. Ações como essa são importantíssimas e devem acontecer sempre”, disse Maria.

A auxiliar de enfermagem Andréia Fernandes da Silva também aproveitou a campanha para aferir a pressão arterial – principal fator de risco para o AVC -, pois acredita que a prevenção é muito importante. “Três tios já sofreram AVC e ficaram com sequelas. Eu apoio esse tipo de campanha e sempre quando tem eu participo. Como medidas preventivas eu evito o consumo excessivo de sal e de óleo no preparo dos alimentos e tomo bastante líquido”, afirmou Andréia.

Sobre a campanha

A campanha nacional de combate ao AVC tem como base as campanhas realizadas pela Organização Mundial do AVC. Nos últimos anos, o Brasil foi reconhecido pelo órgão mundial como o realizador da melhor e maior campanha de conscientização ao AVC, organizada pela Rede Brasil AVC e pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (Sbdcv).

Segundo a neurologista e representante da Rede Brasil AVC Maramélia Miranda, a intenção da campanha é alertar a população para os fatores de risco do AVC, sobre o que é a doença, os sintomas e formas de prevenção. “A conscientização dos sintomas é um dos focos da campanha e não é uma coisa fácil de ser feita. A gente divulga neste dia e nesta semana, que é a Semana do AVC, informações para que as pessoas não fiquem em casa esperando o sintoma melhorar, correndo o risco de ficar com sequela. Tem que ir para o hospital”, disse Maramélia.