No dia 26/03/2024, em uma manhã de aprendizado ao ar livre, a turma 555 do Curso Municipal de Jardinagem teve uma aula especial no campo experimental do Parque Ibirapuera. O curso é oferecido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Cidade de São Paulo desde 1975 e hoje integra o currículo da Universidade Aberta do Meio Ambiente e de Cultura de Paz (UMAPAZ).

Sob a orientação da professora Ana Maria, a aula começou com uma amostragem de flores coletadas pelo parque naquela manhã, exemplificando as sépalas, pétalas e os outros órgãos da planta. Ela trouxe flores como Barba de Barata (ou Flamboyanzinho), Pata-de-Vaca e Espatódeas. A diversidade de espécies e a variabilidade de cores e formatos das pétalas foram destacados, evidenciando a sua relevância para a atração de diferentes polinizadores da planta. Ademais, curiosidades sobre as espécies foram compartilhadas, como a toxicidade do pólen das Espatódeas para as abelhas e a incompatibilidade da Falsa Murta com plantações de laranjais, apesar de seu aroma cítrico bastante agradável.

 Espatódea em corte tranversal.

 Pouco se sabe também que a classificação botânica dos legumes (frutos secos) não tem nada a ver com aquela que usamos para fazer a lista de compras do supermercado. Legume é um fruto com sementes enfileiradas, geralmente comprido e que vem de uma leguminosa. Ele pode ser deiscente (que abre e as sementes caem) ou indeiscente (que têm a sua abertura forçada por algum animal).

Então, os legumes indeiscentes necessitam de dispersores para perpetuarem as suas espécies alimentícias, os quais quebram esses frutos com os dentes, comem as sementes e depois as eliminam e dispersam pelas fezes. Os frutos de Pau-marfim, Araribá, Milho, Girassol e Margarida, são todos exemplos dessa classe botânica.

Aquilo que conhecemos popularmente como frutas no supermercado, em geral são botanicamente classificadas como frutos carnosos indeiscentes, pois precisam de um dispersor para abrirem e proliferarem as suas sementes.

Após uma exploração mais aprofundada sobre a anatomia das sementes, a turma partiu para uma atividade prática, colhendo sementes e plantando mudas de Urucum e Zínias. O encerramento da aula ao ar livre marcou a prática do conhecimento adquirido nas outras aulas do curso, desde o estudo do solo e a classificação vegetal até a botânica de raízes, caules, folhas e, é claro, folhas, frutos e sementes.

Entre alguns cuidados importantes, foram destacados a quantidade de água na rega da muda, o espaçamento adequado entre as sementes e a profundidade delas na terra preparada. Agora, os alunos aguardam a germinação das plantas como parte da sua jornada de aprendizado em jardinagem.

 

Muda com sementes de zínias.