Emprego para quem quer desenvolvimento

26/09/2006 - Juventude


Jovens de 16 a 24 anos representam 20% da mão-de-obra do mercado de trabalho brasileiro e 45,5% dos 3,2 milhões de desempregados do país, ou seja, 1,5 milhões de jovens estão fora do mercado de trabalho de acordo com pesquisa divulgada pelo Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

A pesquisa também mostra que os jovens brasileiros encontram dificuldade em conciliar trabalho e estudos e muitas vezes acabam optando por abandonar a escola para manter-se empregados. Só na região metropolitana de São Paulo 70% dos jovens deixaram os estudos por conta do trabalho.

Este quadro aliado ao crescimento assustador de internos na Febem, 28% desde 2002 de acordo com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, é um alerta a sociedade e um sintoma da ausência de políticas públicas de inclusão e preparação da juventude. São Paulo é o estado com mais jovens cumprindo penas socioeducativas, abriga 39% dos 15.426 infratores.

É preciso investir na capacitação e orientação da juventude para uma sociedade mais igualitária, pacifica e desenvolvida. O Banco Mundial, Bird, levantou esta bandeira em seu relatório divulgado no dia 16 deste mês.

De acordo com o Bird "A desigualdade no desenvolvimento humano entre jovens brasileiros ameaça o progresso no futuro". O relatório mostra que mais de 20% das empresas nos países em desenvolvimento como o Brasil, consideram a falta de formação profissional de seus empregados um obstáculo "grave" ou "muito grande" para seu crescimento.Não é preciso ter acesso a tantos dados para perceber que é urgente a elaboração de projetos educacionais, profissionais e culturais voltados a população jovem. Valorizando os talentos de cada um e direcionando-os para a construção de uma nova geração qualificada não só para o mercado de trabalho, como para a vida.