Sítios da geodiversidade são mapeados no Município de São Paulo

Onze áreas têm importância educacional e turística. Grupo intersecretarial atua para incluir o tema em políticas públicas de educação, meio ambiente, turismo, cultura e desenvolvimento e trabalho

 A Secretaria do Verde e Meio Ambiente já mapeou 11 sítios da geodiversidade, locais de particular interesse para o estudo da geologia, seja pela singularidade de suas formações geológicas, pela natureza mineral do subsolo ou por seu valor paleontológico. São áreas com um importante valor tanto do ponto de vista científico, didático, como também turístico.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente conta com um Grupo Técnico responsável pelo tema, responsável pelo mapeamento desses 11 locais que mostram os processos de formação do Município de São Paulo.

As áreas estão assim distribuídas:

-Cinco na Zona Leste: quatro na Subprefeitura Guaianases e uma na de São Mateus;
-Três na Zona Norte: duas na Subprefeitura de Jaçanã-Tremembé e uma na de Perus;
-Três na Zona Sul: todas na Subprefeitura de Parelheiros.


Em termos geológicos, dois processos maiores ocorreram na formação de São Paulo, um que formou as rochas mais antigas do município, denominadas de embasamento cristalino, e outro decorrente da separação dos continentes sul-americano e africano.

O primeiro é representado por cinco sítios da geodiversidade: Juscelino, Piscinão da Pedreira e Pedreira Lajeado, situados na Subprefeitura de Guaianases, e Fonte Cantareira e Pedreira Tremembé, estes localizados na Subprefeitura de Jaçanã-Tremembé.

Já o que se refere à separação dos continentes, é representado pelos sítios Nossa Senhora da Fonte, situado na Subprefeitura de Guaianases, Curva do Rio Capivari e Haras da Prata, ambos localizados na Subprefeitura de Parelheiros.

Os outros três – Morro do Cruzeiro, Cratera de Colônia e Cavas de Ouro do Jaraguá, situados nas Subprefeituras de São Mateus, Parelheiros e Perus, respectivamente – estão relacionados a processos distintos dos descritos anteriormente.

O Morro do Cruzeiro se formou com a atuação dos processos externos na rocha do embasamento cristalino, que ocorrem na superfície do planeta e estão relacionados ao clima. A Cratera de Colônia é resultado de um choque de corpo celeste, que por falta de estudo não tem idade definida, estando no intervalo de 5 milhões a 35 milhões de anos no passado. Por último, as Cavas de Ouro do Jaraguá estão relacionadas à exploração do metal durante a história do Brasil. Ressalta-se que a Cratera de Colônia pela sua importância quanto à origem e as Cavas de Ouro do Jaraguá pela importância histórica foram focos do interesse científico, sendo, portanto, considerados geossítios.

O Grupo Técnico Intersecretarial (GTI) foi formado pela Portaria n° 003/SVMA-G/2021 e é composto pelas seguintes pastas, além da SVMA: Secretaria Municipal da Cultura (SMC), Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB), Secretaria Municipal da Educação (SME) e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SMDET).

O trabalho conjunto tem como objetivos fazer vistorias nos locais; identificar novos locais de interesse geológico; inserir a temática nas políticas públicas de educação, meio ambiente, turismo, cultura e desenvolvimento e trabalho; unir aspectos da geodiversidade, biodiversidade, cultura e história da região em atividades transdisciplinares e multidisciplinares; realizar estudos para viabilização do Geoturismo de Base Comunitária, entre outros.

O Grupo realiza reuniões bimestrais e encontros para desenvolver temas específicos, como a inserção dos locais na plataforma GEOSAMPA, além de atividades junto à Secretaria Municipal da Educação para desenvolver ações de Educação Ambiental nesses locais.

Já foram realizadas vistorias no Morro do Cruzeiro, Piscinão da Pedreira, Pedreira do Lajeado, Juscelino e Nossa Senhora da Fonte, na zona leste; Curva do Capivari e Cratera de Colônia, na zona sul; e Fonte Cantareira, Pedreira Tremembé e Pedra Grande, na zona norte.

O geossítio Pedra Grande foi inserido no inventário elaborado pelo Instituto de Geociências da USP e integrará o trabalho do GTI com mais três mapeados pela USP, que são: Pico do Jaraguá, Metaconglomerados do Rodoanel e Turmalina Granito Perus, todos situados na Subprefeitura de Perus. Já o sítio Juscelino foi ocupado por movimento de moradias populares, o que inviabiliza seu uso para atividades turísticas e educacionais.