Mais transmissíveis, variantes exigem que medidas de prevenção sejam mantidas

Cidade apresenta estabilidade no número diário de casos, mas ainda em um patamar considerado alto. Prefeitura vai distribuir 500 mil máscaras N95, para sintomáticos respiratórios e seus comunicantes

A presença da variante delta no município de São Paulo, assim como as demais variantes do novo coronavírus (alfa, beta e gama), aumenta a preocupação em relação ao aumento da transmissibilidade e diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública. Por isso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) recomenda que todas as medidas individuais de prevenção sejam mantidas com rigor. O alerta foi feito pelo prefeito Ricardo Nunes, durante coletiva online na sede da Prefeitura de São Paulo.

Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, é necessário manter os cuidados para evitar a transmissão do vírus. "Estamos acompanhando o movimento das variantes. A partir de agora, vamos distribuir máscaras N95, que são mais adequadas para este momento da pandemia, ´para quem é identificado como sintomático respiratório e seus comunicantes. Inicialmente, serão 500 mil máscaras."

De acordo com a médica sanitarista coordenadora do Núcleo de Vigilância de Doenças Agudas Transmissíveis da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa), Paula Bisordi Ferreira, a cidade faz um monitoramento diário da doença. "Se notarmos qualquer alteração importante, por exemplo, numa faixa etária específica, podemos orientar para que medidas sejam tomadas. O importante é entender a circulação das cepas na cidade e de que forma vão impactar no padrão que a doença apresenta no município", diz.

De acordo com os dados disponíveis, a prevalência da variante delta ultrapassa 75% dos casos em países como Austrália, Bangladesh, Botswana, China, Dinamarca, Índia, Indonésia, Israel, Portugal, Federação Russa, Cingapura, África do Sul e Reino Unido. E as evidências apontam para o aumento da transmissibilidade em relação às variantes de não preocupação (VOCs).

O primeiro caso da variante delta notificado em São Paulo se deu no dia 5 de julho. Os primeiros sintomas foram registrados em 19 de junho. De lá para cá, a cidade registrou 22 casos confirmados. Desde a primeira notificação, os registros diários de casos pararam de cair e se estabilizaram. É o que se pode verificar nas últimas quatro semanas epidemiológicas.

Recomendações

O que se recomenda neste momento é que se mantenha o uso correto das máscaras (cobrindo o nariz e a boca), distanciamento social, higienização de mãos e, principalmente, evitar aglomerações. Se a pessoa apresentar qualquer sintoma compatível com síndrome gripal é necessário procurar uma unidade de saúde e todos os casos suspeitos devem ser imediatamente notificados e investigados clínica e laboratorialmente. A partir daí, é necessário ficar em isolamento por no mínimo 10 dias. Os contatos próximos devem fazer quarentena de 14 dias. A Secretaria da Saúde também reforça ao público elegível para tomar a vacina antiCovid e não deixar de tomar a segunda dose para completar o ciclo vacinal.

 

Barreiras sanitárias

Desde 27 de maio, há cinco barreiras sanitárias instaladas no município. Elas estão no Aeroporto de Congonhas e nos terminais rodoviários do Tietê, Barra Funda e Jabaquara. Até o dia 29 de julho, 328.440 pessoas foram abordadas, após desembarque de 14.615 ônibus e 1.158 voos. Ao todo, foram registrados 178 passageiros sintomáticos respiratórios. Também foram realizadas 562 ações educativas com 11.038 panfletos entregues. Até o dia 23 de julho, foram oito casos positivos verificados nessas barreiras.