Número de atendimentos às mulheres vítimas de violência aumenta 58,2% nos primeiros meses de 2021 em São Paulo

Dados foram coletados nos 12 equipamentos que compõem a rede de proteção a este público na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

 A repercussão de crimes contra o público feminino, as campanhas de conscientização sobre violência e o aumento da oferta de serviços contribuíram para o aumento no número de atendimentos realizados para as mulheres nos primeiros meses de 2021. Foi registrado um crescimento de 58,2% em relação a 2020, segundo informações coletadas nos 12 equipamentos que atendem essa população na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

Em abril deste ano, apesar de ter sido o pior mês em número de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, com feriados antecipados na cidade para restringir circulação, não foi identificada uma redução substancial de atendimento. Quando fazemos um comparativo entre os mesmos meses destes dois anos, os números de atendimentos de abril e maio mais do que dobram de 2020 para 2021, com um aumento de 177,5% e 288% respectivamente.

Esta informação, aliada ao fato de que foi registrado um crescimento de 38,6% de atendimentos de abril para maio de 2021, apontam para uma maior conscientização das mulheres paulistanas sobre a rede de apoio disponibilizada pela SMDHC.

Outra comparação que demonstra crescimento na busca por ajuda é que o total de 15.628 atendimentos registrados nos primeiros cinco meses de 2021 equivale a 65,8% do total registrado em todo o ano de 2020 (24.113).

“Analisar e acompanhar estes dados é de grande importância para se desenhar e estruturar políticas públicas que atendam às demandas e necessidades destas mulheres, para que saibam que não estão sozinhas e contam com uma rede de apoio”, afirma Claudia Carletto, secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania. “Mantemos o compromisso de seguir focados na conscientização sobre o machismo estrutural, uma das raízes deste problema, além de buscar oportunidades de ampliação da oferta de serviços”, completa.

A SMDHC reforça o suporte às mulheres vítimas de violência doméstica com a ampliação dos canais de denúncia pelo Disque 156 e a concessão do auxílio hospedagem. Ao todo, são 13 tipos de serviço em pleno funcionamento: quatro Centros de Referência, cinco Centros de Cidadania da Mulher (com funcionamento das 10h às 16h) e a Casa da Mulher Brasileira (24 horas por dia, inclusive sábados e domingos), que possui alojamento provisório. A lista continua com as Casas de Abrigo e de Acolhimento Provisório, que possuem 20 vagas cada, e três Postos Avançados de Apoio à Mulher. A unidade móvel, conhecida como Ônibus Lilás, não circulou durante o período de pandemia, mas deve retornar às atividades assim que a cidade deixar a situação de emergência.

A mulher que tenha sofrido qualquer outro tipo de agressão é atendida no local por uma equipe especializada composta por uma assistente social e uma psicóloga. Ambas fazem uma escuta qualificada, dão orientações e fazem o encaminhamento a um dos equipamentos da rede de proteção à violência.

Violentômetro

Uma ferramenta importante utilizada pela SMDHC no período pandêmico foi o violentômetro, um infográfico que ajuda a ilustrar a progressão que costuma ocorrer numa relação abusiva, que vai de agressões verbais em tom de brincadeira, até a consumação de atos de violência.

A informação é uma forma eficaz de proteger a mulher contra a violência, sobretudo a doméstica, quando fatores emocionais dificultam, muitas vezes o discernimento do que é ou não um ato abusivo.

“O feminicídio, na maioria dos casos, é o trágico ápice de uma longa sequência de abusos. Saber identificar todos os níveis desta escalada pode ajudar as vítimas a tomarem a buscar ajuda, antes que o pior aconteça”. O VIOLENTÔMETRO pertence originalmente ao Programa Institucional Gestión con Perspectiva de Género del IPN/México.

The Carter Center

Neste ano, a cidade de São Paulo foi escolhida para integrar a campanha global “Inform Women, transform lives”, promovida pelo The Carter Center, organização não-governamental fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, e por sua esposa, Rosalynn.

Esta é a primeira vez que a instituição promove uma campanha global, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre os direitos das mulheres à informação, como ferramenta de combate à violência e a ações de empoderamento feminino e de igualdade de gênero.


Rede de atendimento

Casa da Mulher Brasileira (todos os dias, 24 horas)
Rua Vieira Ravasco, 26 – Cambuci
11 3275-8000

Posto Avançado de Apoio à Mulher (segunda a sexta-feira, das 10h às 16h)
Estação Santa Cecília (Linha 3 Vermelhal)

Posto Avançado de Apoio à Mulher (segunda a sexta-feira, das 10h às 16h)
Estação da Luz (Linha 1 Azul)

Posto Avançado de Apoio à Mulher (segunda a sexta-feira, das 10h às 16h)
Terminal de Ônibus Sacomã – zona sul

CRMs e CCMs – Segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.

CRM 25 de Março (CENTRO)
Rua Líbero Badaró, 137, 4º andar – Centro
(11) 3106-1100

Casa Brasilândia (NORTE)
Rua Sílvio Bueno Peruche, 538 – Brasilândia
(11) 3983-4294

CCM Perus (NORTE)
Rua Joaquim Antônio Arruda, 74
(11) 3917-5955

CCM Itaquera (LESTE)
Rua Ibiajara, 495 – Itaquera
(11) 2073-4863

Casa Eliane de Grammont (SUL)
Rua Dr. Bacelar, 20 – Vila Clementino
(11) 5549-9339

CRM Maria de Lourdes Rodrigues (SUL)
Rua Luiz Fonseca Galvão, 145 – Capão Redondo
(11) 5524-4782

CCM Parelheiros (SUL)
Rua Terezinha do Prado Oliveira, 119
(11) 5921-3665

CCM Santo Amaro (SUL)
Praça Salim Farah Maluf, s/n
(11) 5521-6626

CCM Capela do Socorro (SUL)
Rua Professor Oscar Barreto Filho, 350 – Grajaú
(11) 5927-3102

Além da rede da SMDHC há equipamentos disponíveis também na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMADS).