Mamografia: conheça mitos, verdades e pontos de atenção sobre o exame

Dói? Quem tem prótese não pode fazer? Autoexame substitui? Veja as principais dúvidas sobre mamografia, as respostas e os pontos que mais precisam da sua atenção

 O dia 5 de fevereiro marca uma data importante no calendário da saúde, sobretudo para a mulher. É o Dia Nacional da Mamografia, este que é um exame imprescindível para detectar alterações na mama e essencial para identificar o câncer nessa região.

A mamografia é uma radiografia do tecido mamário, feita por um equipamento de raio-X chamado mamógrafo. Sua precisão é capaz de identificar lesões em estágios iniciais. Por isso, ela é tão importante no diagnóstico do câncer de mama, já que os casos identificados no início chegam a ter até 98% de chances de cura.

Mesmo com tantas campanhas de conscientização, ainda são muitas as dúvidas que rondam esse exame. Abaixo você confere o que mais se fala sobre a mamografia juntamente com a explicação de especialistas

1. A mulher não deve fazer a mamografia quando estiver menstruada

MITO. Apesar de não ser verdade, o organismo feminino durante o período que antecede a menstruação fica mais sensível e doloroso. Por isso, deve-se evitar a realização da mamografia neste período.

2. Sou jovem e não preciso fazer mamografia

PONTO DE ATENÇÃO. A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios. A mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a menopausa. Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos (resultado negativo para câncer em pacientes com câncer) e também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer em pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de realização de mais exames.

3. A radiação da mamografia prejudica a saúde

PONTO DE ATENÇÃO. O rastreamento com mamografia, mesmo na faixa etária recomendada, implica em riscos que precisam ser conhecidos pelas mulheres. Além dos resultados falso-positivos e falso-negativos, o rastreamento pode identificar cânceres de comportamento lento, que não ameaçam a vida da mulher e que acabam sendo tratados (sobrediagnóstico e sobretratamento), expondo-a a riscos e danos associados. As mulheres devem ser orientadas sobre riscos e benefícios do rastreamento mamográfico para que possam, em conjunto com o médico, decidir sobre a realização dos exames de rotina e exercer sua autonomia.

4. A mamografia deve ser feita por todas as mulheres a partir dos 40 anos

PONTO DE ATENÇÃO. O Ministério da Saúde contra indica o rastreamento com mamografia em mulheres com menos de 50 anos. Isso porque os possíveis danos superam os possíveis benefícios. Por isso, as principais diretrizes e programas de rastreamento do mundo também não recomendam o rastreamento de mulheres abaixo dessa idade. A avaliação das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil é de que, na faixa etária de 50 a 69 anos e com periodicidade bienal, os possíveis benefícios do rastreamento superam seus riscos.

5. Fazer mamografia dói

VERDADE. Mas depende da percepção de dor de cada pessoa. Para fazer o exame, é necessário comprimir a mama e algumas pacientes sentem dor, enquanto outras, não.

6. O autoexame das mamas substitui a mamografia

MITO. Atualmente, não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Grandes estudos sobre o tema demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, a postura consciente e atenta das mulheres no conhecimento do seu corpo e na identificação de alterações suspeitas para procura de um serviço de saúde o mais cedo possível permanece sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas como acontecia com o método de autoexame.

7. Mulheres com próteses nas mamas não podem fazer mamografia.

MITO. O silicone não prejudica o exame, que, por sua vez, também não causa nenhum risco para a paciente ou de danos à prótese.

8. Mulheres que estão amamentando podem fazer mamografia normalmente.

VERDADE. Se houver a necessidade da mulher realizar a mamografia durante o aleitamento materno, não há restrições para a mãe e para a criança. Também não é preciso que a mãe deixe de amamentar o filho, pois não interfere na saúde de ambos.

Fontes consultadas: Inca - Instituto Nacional de Câncer (recomendações para o rastreamento e diretrizes para detecção precoce do câncer de mama) e Hospital A.C. Camargo.