Ao longo deste mês, a Subprefeitura Itaim Paulista, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, realizou diversos eventos voltados à saúde e empoderamento da mulher. Entre os dias 01 e 25/10, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da região promoveram variadas atividades, em prol da campanha Outubro Rosa. Algumas delas foram coletas de papanicolau, agendamentos de mamografia, palestras, grupos de autoestima da mulher, entre outras ações.

Outubro Rosa é a campanha internacional de conscientização, prevenção e combate ao câncer de mama, criada na década de 1990. Até porque essa mobilização se fortalece, pois, de acordo com o levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama registra mais de um milhão de casos novos por ano. Em 2011, ocorreram 1.238 mortes na cidade de São Paulo por câncer de mama. 22,5% dos quadros ocasionaram morte em mulheres abaixo dos 50 anos e 77,5% em mulheres acima dos 50 anos. Caracterizando a idade avançada como fator de risco em relação a prognóstico de sobrevida.

O último Boletim CEInfo – Saúde em Dados, aponta que apenas no distrito Itaim Paulista ocorreram 22,3 mortes por 100.000 habitantes, causadas pelo câncer de mama. Os dados são de julho de 2018. Em 2017, no mesmo levantamento, as estatísticas apontavam 17,4 incidências de mortalidade pelo mesmo número de habitantes. Ou seja, em um ano, o número aumentou aproximadamente 5%.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), os principais sinais e sintomas da doença são:

• Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
• Alterações no bico do peito (mamilo);
• Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
• Saída espontânea de líquido dos mamilos
Por isso, a prevenção ainda é a maior forma de combate. Manter hábitos saudáveis e preservar a qualidade de vida colabora bastante. Mas a doença ainda pode se manifestar. Desse modo, o diagnóstico precoce é a melhor maneira de garantir o sucesso no combate ao câncer mamário. Diante disto, o autoexame deve ser realizado mensalmente e a mamografia anualmente.

Dica: após uma semana do ciclo menstrual, escolha um dia para realizar os exames na mama, assim o desconforto é mínimo.

Uma história de vitória contra o câncer de mama

Há 14 anos, Ana Célia Gonçalves Agostinho, esposa do subprefeito do Itaim Paulista, foi diagnosticada com câncer de mama. Ao fazer um exame de rotina, descobriu um início de tumor. “Apesar de ser o princípio, ainda assim era câncer. Tinha que fazer o tratamento devido e foi o que eu fiz”, relembra. Ao longo do tratamento, tomou medicações fortes e chegou a engordar 22kg, “fiquei desesperada, porque era magrinha, mas, na hora da saúde, preferi ela à qualquer outra coisa”.

Manteve a calma, do início ao fim, e relembra que não sentia que estava na luta contra uma doença como o câncer. “O tratamento foi maravilhoso, não sentia nada. Fui muito feliz, porque não precisei fazer quimioterapia. Fiz 28 sessões de radioterapia, que é mais leve”, explicou. Graças ao diagnóstico inicial, não precisou remover a mama, mas precisou fazer a cirurgia para retirar um quadrante, ou seja, uma parte mínima do seio.

O pensamento positivo é primordial em tratamentos extensos e que estão ligados ao emocional, como é o caso do combate ao câncer. Ana sempre manteve a fé em Deus e foi pela espiritualidade que não entrou em depressão. “Fui muito iluminada e ainda sou. Está indo para 15 anos desde que fui diagnosticada e, graças a Deus, estou ótima”.

Ana Célia recorda que o primeiro caso de câncer mamário na família foi o dela. Hoje suas quatro filhas fazem o acompanhamento anual, através da mamografia e outros exames. “Em todos os casos de câncer, a prevenção é a melhor forma de combate”, afirma.

Apesar de já ter vencido o câncer, Ana não descuida. “Fiquei seis anos em tratamento, mas até hoje faço acompanhamento com a minha ginecologista. Todo o ano faço mamografia, ultrassonografia e exames específicos, além do autoexame mensal”, finaliza.

Ana Célia deixa uma mensagem de apoio a quem enfrenta o câncer:

“Peço às pessoas que estão com câncer na mama que façam um acompanhamento bem feito. Porque é muito importante e tem gente que não leva a sério. Mais uma vez digo que é muito importante. E peço, também, que não tenham medo. Toquem a vida normalmente. Façam seus tratamentos e busquem um seguimento tranquilo. Mantenham sempre pensamentos positivos e tenham fé. Eu levei o meu caso todo desta maneira. Hoje eu agradeço muito a Deus. Sou muito feliz. É fundamental que conheçam casos de superação e se apeguem a eles, para ter uma luz. Tem gente que entra em desespero. Mas não se apavorem, porque não é nenhum bicho de sete cabeças. Hoje em dia existem muitos recursos para o combate.”