Casos de dengue chegam a 6,8 mil, com seis distritos em situação de alerta

Total de casos confirmados da doença chegou a 6.896, 14,8% a mais do que na semana passada. Registros devem avançar, mas casos notificados já começam a desacelerar. Dos 96 distritos da cidade, 59 ainda estão no início de transmissão da doença

O levantamento divulgado nesta quinta-feira (29) pela Secretaria Municipal de Saúde mostra que o total de casos de dengue registrados na cidade de São Paulo neste ano chegou a 6.896. Em comparação à semana passada, o aumento do número total de notificações registradas foi de 14,8%. Nas semanas anteriores, a variação de casos confirmados de dengue, entre 8 e 22 de maio, foi a seguinte: 21%, 13% e 18% a mais na semana de 22 de maio em relação à semana anterior.

De acordo com dados técnicos da vigilância sanitária, o número de notificações (suspeitos de dengue) já começou a desacelerar, o que é indicativo de que o pico de casos já deve estar superado. Contudo, isto não significa ainda uma desaceleração imediata no número de registros porque os casos das semanas recentes ainda estão em etapa de confirmação e continuam sendo ingressados no sistema. A prefeitura reitera a importância de a população se manter mobilizada no combate ao mosquito transmissor.

Até o momento, a taxa de incidência da cidade é 61,3 (casos para cada 100 mil habitantes), considerada baixa de acordo com o Ministério da Saúde (veja tabela abaixo). Durante todo o ano passado foram 2.617 casos e índice 23,3.

Casos registrados em São Paulo
2010 2011 2012 2013 2014
Até 21ª semana 3046 1788 441 1794 6896
Total do ano 5866 4191 1150 2617 -

Clique AQUI para ver o detalhamento de casos registrados (2010 a 2014)

Detalhamento de notificações nos 96 distritos
Os casos confirmados de dengue avançam em distritos já identificados em balanços anteriores. Dos 96 distritos administrativos da cidade, 94 estão em transmissão da dengue. Apenas em Marsilac e Socorro não há registro da doença. Em 59 distritos o nível de transmissão está no início. Em 29 distritos o nível de transmissão é de alerta e seis estão em nível de emergência.

Desses seis distritos com nível de emergência de transmissão, quatro estão na zona oeste: Jaguaré, com 969 casos registrados e taxa de incidência de 1943,3 (alto); Rio Pequeno, com 493 casos e incidência de 416,2 (alta); Lapa, com 368 casos e incidência de 559,8 (alta) e Raposo Tavares, com 159 casos e incidência de 158,7 (média). Um está na zona leste: Vila Jacuí, com 252 casos e incidência de 177 (média), e um na zona norte: Tremembé, com 350 casos e incidência de 177,4 (média).

Entre os 29 distritos onde o nível de transmissão é de alerta estão Pirituba, com taxa de incidência de 125,1 (média); Jaguara, com incidência de 144,6 (média); Carrão, com incidência de 188,5 (média); Butantã, com incidência de 145,8 (média); Santo Amaro, com incidência de 157,9 (média) e Vila Leopoldina, com incidência de 144,4 (média).

Clique AQUI para ver o detalhamento dos registros por distrito (2010 a 2014)

Óbitos
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou cinco mortes na cidade por dengue neste ano. No dia 24 de abril morreu uma mulher, de 33 anos, que morava na Capela do Socorro, na zona sul.
No dia 11 morreu um homem de 68 anos e no dia 13 duas mulheres, uma de 34 anos e a outra 69 anos. O homem e uma das mulheres moravam no Tremembé. A outra era do Jaguaré, mas recebeu todo atendimento de saúde em Osasco.

O primeiro caso de óbito confirmado no 7 de abril. O menor I.B., 6 anos. A criança morava no Jaguaré, distrito com alta incidência.

Ações de combate e prevenção
Na semana passada, as ações de combate a dengue na zona leste foram realizadas em sete subprefeituras. Na Cidade Tiradentes, 20 agentes fizeram 25 bloqueios de criadouro, duas ações de nebulização e aplicação de toucas para caixas d’água em 30 pontos. Em Guaianazes foram 45 agentes, divididos em duas regiões diferentes da regional, que realizaram 13 bloqueios de criadouros, nebulizações e a subprefeitura fez uma Operação Cata Bagulho. Nas quatros regiões de Itaquera, atuaram um total de 92 agentes, sendo 23 em cada uma, que fizeram 24 bloqueios de criadouros e oito nebulizações. Em São Mateus foram 24 agentes, sendo oito em cada uma das três regiões, que fizeram dez bloqueios de criadouros e uma nebulização. Na três áreas de São Miguel Paulista, 81 agentes fizeram 11 bloqueios de criadouros. Além disso, 20 agentes atuaram em cada uma das duas regiões de Ermelino Matarazzo e mais 70 agentes trabalharam divididos em duas áreas do Itaim Paulista. Na região Sudeste, as ações foram com 56 agentes atuando na subprefeitura do Jabaquara, além de outros quatro que estavam na Vila Prudente.

Na Zona Oeste, 60 profissionais trabalharam para visitar 3 mil imóveis na semana passada. Foram 35 ações de bloqueio e trabalhos efetivos em 1,2 mil residências. Foram feitas ainda na região duas nebulizações, duas operações Cata-Bagulho e a distribuição de 30 toucas para caixas d’água. Um mutirão de bloqueio foi realizado no último sábado (24) no Butantã.

Na Zona Sul, Campo Limpo, Capela do Socorro, M'Boi Mirim, Parelheiros e Santo Amaro também recebram ações de combate na última semana. No Campo Limpo, 60 agentes fizeram dez nebulizações e 25 bloqueios de criadouro. Na Capela do Socorro, foram 19 bloqueios, 25 nebulizações e uma operação Cata-Bagulho com o apoio de 120 profissionais. No M'Boi Mirim, 60 agentes fizeram 13 bloqueios e seis nebulizações. Em Parelheiros foram três bloqueios e duas nebulizações, enquanto em Santo Amaro, 54 agentes fizeram 20 bloqueios e quatro nebulizações.

Na Zona Norte também foram feitas ações de combate a dengue. Na Cachoeirinha, 30 agentes fizeram 40 bloqueios de criadouros e sete nebulizações. Na Freguesia do Ó, 93 profissionais realizaram 90 bloqueios e 12 nebulizações, enquanto no Jaçanã, 14 profissionais foram dez bloqueios de criadouros e 15 nebulizações. Em Perus, foram 70 bloqueios e dez nebulizações com 86 profissionais e em Santana, onde atuaram 42 agentes, foram 50 bloqueios e 24 nebulizações. Ainda na região, 78 agentes atuaram na região da Vila Maria, em 60 ações de bloqueio e dez nebulizações.

Como prevenir
- Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
- Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva;
- Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo;
- Caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
- Piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas;
- Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
- Lonas, aquários, bacias, brinquedos devem ficar longe da chuva;
- Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou “Operação Cata-Bagulho”;
- Cuidados especiais para as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge; ponha água só na terra.

Sintomas
A presença de dois sinais, combinada com febre alta, é indicação para procurar o serviço médico, principalmente, quem está chegando de viagem de região contaminada. Os sintomas da Dengue Clássica como é chamada, acrescida de dor abdominal contínua, suor intenso e queda de pressão caracterizam a Dengue Hemorrágica.
- Febre alta (acima de 38°C)
- Fraqueza e prostração ou fraqueza
- Dor no corpo e nas juntas
- Dor de cabeça
- Dor no fundo dos olhos (Sem resfriado ou coriza)

Entenda o índice: Taxa de incidência de dengue*
0 a 100 casos por 100 mil habitantes - baixa incidência
100 a 300 casos por 100 mil habitantes - média incidência
Acima de 300 casos por 100 mil habitantes - alta incidência
* Ministério da Saúde