Economia Circular é tema de debate promovido pela Prefeitura de São Paulo.

Para especialistas, a coleta seletiva feita pelo cidadão é fundamental.

 A “Primeira Semana de Economia Circular”, foi pensada para um futuro mais sustentável, a perspectiva é que até 2050 o planeta pare de produzir gases de efeito estufa. O evento foi organizado pela Secretaria de Relações Internacionais e ocorreu no começo de maio. O debate girou em torno do impacto que o nosso estilo de vida tem sobre o meio ambiente. O encontro teve a presença de personalidades estrangeiras, como Guillermo Gonçalves (Diretor do Parque Tecnológico Industrial, Montevideo), Nadya Rangel e Carolina Urrutia (Prefeitura de Bogotá), além da presença de representantes da fundação inglesa Ellen MacArthur.

 

   O conceito de economia circular está associado à reutilização da matéria-prima, sem necessidade de extrair da natureza. Essa revolução econômica é de extrema necessidade. Segundo Rodrigo Ravena, da secretaria do Verde e do Meio Ambiente, o caminho é reeducar a população, com programas ambientais, como é o caso do próprio evento.

 

   Ao contrário da circular, a economia linear é baseada em extração de recursos, produção de bens, sem uma destinação clara dos resíduos. O consumismo afeta diretamente a questão do lixo. Quando descartamos o material inadequadamente, é necessária a exploração de novos recursos naturais para a continuação da cadeia, causando assim uma escassez da matéria prima e a emissão de gases poluentes. Isso afeta de forma negativa o clima, como é o caso do aquecimento global. A Prefeitura de São Paulo, em seu plano de metas, aposta na diminuição da emissão de poluentes atmosféricos gerados pelo transporte público. Para Carlos Nobre, professor e cientista climático, “a economia circular é mais sustentável, pois não há desperdício, tudo é reaproveitado”.

 

   Um dos principais pontos para a introdução da economia circular é a coleta seletiva, que separa: papéis e papelões; vidros; plásticos; metais; orgânicos; madeiras; não recicláveis; lixos hospitalares; resíduos perigosos; resíduos radioativos, para posteriormente dar a devida destinação. Na prática, os pioneiros são os catadores, afinal muitos vendem latinhas já utilizadas para os próprios fabricantes. “É nítida a importância dos catadores de materiais recicláveis, pois sem eles nada seria possível” destacou Carlos Thadeu, Pimp my Carroça. 

 

   O poder público tem uma influência gigantesca na implantação da economia circular. Carol Lafemina, da Secretaria Municipal das Subprefeituras, afirmou que o município recolhe detritos de mais de 12 milhões de indivíduos. Para isso emprega 584 veículos de coleta e oferece 1300 pontos de entrega voluntária. Para Mauro Haddad, gerente da SPRegula, o grande desafio é ter uma boa administração entre a coleta seletiva e o descarte correto. Um ponto comum entre os palestrantes é a ideia da necessidade da interação entre a população e o poder público. O cidadão, através do consumo consciente diminui a geração de resíduos domiciliares, destinados aos aterros sanitários que tem limites e não são as melhores soluções do ponto de vista ambiental. 

 

(Nathan Augusto, estagiário)