O lançamento do livro O Capoeira Liberdade, do Classe Distinta Antonio Marcos, foi em novembro do ano passado, durante as comemorações do Dia da Consciência Negra, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

 

Capoeirista e historiador, o Classe Distinta Marcos começou a escrever seu primeiro romance há cinco anos."Estava em férias e acordei querendo ler sobre a capoeira, arte marcial 100% brasileira, mas não encontrei muita coisa nas minhas pesquisas; então fui anotando e gravando minhas ideias", diz o autor.

 

Filho de baianos, o autor buscou na sua ancestralidade, nas Cidades de Canudos e Riachão de Jacuípe, na Bahia, o seu passado. A miscigenação da tribo local e no quilombo; a passagem dos portugueses pelo Brasil; a trajetória dos negros africanos vindos nos porões dos navios e desembarcando no Brasil e seu sofrimento, são o pano de fundo de sua obra literária.

"Os negros usavam a capoeira como arma para lutarem e fugirem dos seus opressores. Por meio de cabeçadas, chutes poderosíssimos, rasteiras e golpes fantásticos, os negros lutaram pela liberdade do seu povo", conta o autor.

 

Para conceber a obra, o Classe Distinta Marcos viajou por vários estados SP, RJ, RN, PB, PE, CE e Bahia, e conheceu várias técnicas dos mestres capoeristas; assim foram nascendo os seus personagens masculinos e femininos. "Homens e mulheres fortes, como Maria Angélica, através de quem homenageio todas as mulheres do Brasil."

 

O Capoeira Liberdade vem para preencher uma lacuna histórica, pois pouco foi falado sobre o negro no pós Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel. " Os reflexos e as feridas da escravidão ainda estão muito latentes em nossa sociedade. Para nós, afrodescendentes, a luta por direitos e igualdade continua.", finalizou.

 

O Capoeira Liberdade pode ser obtido no site www.pacobello.com.br