Prefeitura cria Operação Altas Temperaturas para amenizar impacto do calor nas pessoas em situação de vulnerabilidade

Entre as medidas que serão adotadas quando os termômetros atingirem 32ºC, haverá reforço no trabalho de convencimento para essa população procurar rede de acolhimento e também instalação de dez tendas pela cidade com fornecimento de água e disponibilização de ambulância

Atenta ao impacto que o calor previsto para os próximos dias pode causar na saúde da população, em especial as pessoas em situação de vulnerabilidade, a Prefeitura de São Paulo criou a Operação Altas Temperaturas (OAT), que começa a vigorar nesta quarta-feira (20). Similar à Operação Baixas Temperaturas (OBT), a de altas temperaturas será mobilizada sempre que os termômetros atingirem 32º C, ou sensação térmica equivalente. A ação é feita em parceria com o governo do Estado, por meio da Sabesp.
As principais ações terão foco no reforço no convencimento das pessoas para procurarem a rede de acolhimento, onde poderão se abrigar do sol e receberão água e alimento; a instalação de dez tendas em pontos estratégicos, das 10h às 16h, com fornecimento de água, frutas e bonés, além de espaço pet; reforço na compra de ventiladores em unidades de acolhimento; e disponibilização de uma ambulância referenciada para atendimento a casos de exposição ao calor para atender essas tendas.
As tendas estarão abertas para acolhimento de qualquer pessoa que queira um abrigo com temperatura amena para descansar e se hidratar. Cada tenda também contará também com uma ambulância para eventuais atendimentos relacionados à saúde.
A intensificação da infraestrutura da rede de acolhimento da cidade de São Paulo e a abordagem das pessoas em situação de vulnerabilidade para que elas possam se proteger tem o objetivo de evitar insolação, desidratação e outros problemas que podem decorrer da exposição ao sol forte e altas temperaturas.
"Teremos tendas pela cidade com fornecimento de água, com orientação, uma ambulância referenciada para atendimento de emergência caso necessário, colocação de ventiladores nos nossos serviços de acolhimento às pessoas em situação de rua – naqueles locais que ainda não têm, muitos já tem", disse o prefeito Ricardo Nunes, que criou um grupo de trabalho específico para estabelecer medidas que deverão ser adotadas para preservar a saúde das pessoas em situação de rua, formado pelas Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Saúde, Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Governo e Executiva de Mudanças Climáticas (SECLIMA), além da Sabesp.
Os equipamentos da rede de acolhimento terão atenção especial em relação à circulação do ar e pelo menos 160 Centros de Acolhida, Residências Inclusivas e Instituições de Longa Permanência para Idosos receberão ventiladores extras neste período da onda de calor.
Os orientadores socioeducativos do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) e os agentes das equipes do Ampara SP também prestarão atendimento nas tendas, ofertando acolhimento em equipamentos da rede socioassistencial e encaminhamento para as demais demandas apresentadas.


Endereços das tendas

Região Central - Praça da República e Praça Marechal Deodoro;
Região Sul – Santo Amaro (Praça Floriano Peixoto, nº 54) e Capela do Socorro (Praça José Boemer Roschel);
Região Norte - Santana (Avenida Cruzeiro do Sul, nº 3.180) e Vila Maria (Praça Novo Mundo);
Região Leste - Guaianases (Praça Presidente Getúlio Vargas, s/n), Itaquera (Avenida Musgo de Flor com Avenida Imperador, embaixo do viaduto Jacu Pêssego) e Mooca (Praça Cid José da Silva Campanella);
Região Oeste - Lapa (Rua do Curtume, s/n – esquina com Guaicurus).

 


Rede socioassistencial
A capital possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com mais de 25 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua, distribuídas em Centros de Acolhida, hotéis sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, serviços emergenciais da OBT, entre outros.
O encaminhamento para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial é feito de acordo com o perfil do indivíduo e com a tipologia do serviço, respeitando o histórico da pessoa ou família a ser acolhida.
Atualmente há 14 Núcleos de Convivência para Adultos em Situação de Rua, com ou sem filhos, que totalizam 4.452 vagas, que oferecem água potável, banheiros com instalações sanitárias e chuveiros com disponibilidade para banho e higiene pessoal.
Estes serviços disponibilizam, ainda, atendimento com atividades direcionadas e programadas para o desenvolvimento de sociabilidades, com foco na construção de vínculos interpessoais, familiares e comunitários em toda a capital, além de oferecer três refeições diárias, sendo café da manhã, almoço e lanche da tarde.
Além da busca espontânea pelos núcleos, as pessoas que vivem em situação de rua também podem acessar o serviço por meio de encaminhamentos dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), Centros Pop; orientadores socioeducativos do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) e outros serviços da rede socioassistencial.
Os Núcleos de Convivência da rede são: Porto Seguro, que fica na Bela Vista; Dom Orione, Prates, Boracéa, Chá do Padre, Núcleo Sé, Casa Franciscana e Rodrigo Silva, localizados na Sé, na região central; Núcleo Pinheiros, na zona oeste; São Martinho de Lima, Centro Comunitário São Martinho e Casa Restaura-Me, situados na Mooca, zona Leste; e ABECAL, em Santo Amaro, na zona sul da cidade.

 


Previsão do tempo
A última semana do inverno está sendo marcada por uma forte massa de ar quente que se espalhou por grande parte do país, inclusive sobre o estado de São Paulo, gerando um bloqueio atmosférico que impede a livre passagem das frentes frias e outros sistemas meteorológicos que provocam chuva.
A semana quente, com forte calor e baixos índices de umidade do ar deve registrar recordes de temperatura máxima na capital entre a sexta-feira (22) e o domingo (24). O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo, alerta que estas condições meteorológicas dificultam a dispersão de poluentes, além de favorecer a formação e propagação de queimadas, o que prejudica a qualidade do ar principalmente nos grandes centros urbanos.