Eder Jofre inaugura o Hall da Fama do Esporte de São Paulo

Considerado o melhor boxeador da década de 1960, à frente de Muhammad Ali, Eder teve a carreira ligada ao Centro Olímpico

A Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo (SEME) realizou na última segunda-feira (25), na quadra do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, uma homenagem ao ex-pugilista e tricampeão mundial de boxe Eder Jofre. Atualmente com 83 anos, o Galo de Ouro foi reconhecido “por ter honrado o pugilismo brasileiro nos ringues do mundo” e por ser “o maior peso-galo da era contemporânea”.

A solenidade contou com a participação de outros grandes nomes do pugilismo nacional, como Servílio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico do boxe brasileiro (bronze no México, em 1968), e Miguel de Oliveira, campeão mundial peso-ligeiro em Mônaco, em 1975, que relembrou o fundamental papel de Jofre em sua vida: “Temos que agradecer ao Eder Jofre pelo que fez e foi no boxe nacional, além disso, pela inspiração que me deu. Foi por isso que comecei a treinar e a lutar boxe, chegando ao título mundial. Isso tudo eu terei sempre que agradecer ao Eder, pois sempre serei seu admirador”. O evento também contou com a participação de um grupo de alunos da Escola Estadual Oscar Thompson.

Foto do boxeador Eder Jofre sentado em um sofá com seu cinturão numa mesa a frente.

“Essa homenagem foi realizada para que o exemplo e o legado do Eder Jofre se perpetuem. Para que um tanto de garotos e garotas, que estão começando agora, possam se inspirar na carreira e na história vencedora do Galo de Ouro”, disse o secretário municipal de Esportes e Lazer, Carlos Bezerra Jr, e idealizador do Hall, que também enfatizou a importância de reconhecer a história dos ídolos enquanto vivos.

A relação do Centro Olímpico com Eder Jofre

“Para o pessoal do boxe, o Eder foi o melhor lutador que nós tivemos aqui no Brasil. Um cara que, quando subia no ringue, além de a gente ver a alegria e uma variação de fundamentos, a gente sabia que a chance de vitória era grande”, exaltou Messias Gomes, 64, técnico de boxe do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP).

Eder encerrou a carreira com um cartel invejável: de 81 lutas disputadas, venceu 75, sendo 52 por nocaute. Empatou quatro e saiu derrotado em apenas duas ocasiões.Não por acaso, a academia de boxe do COTP recebe o nome de Aristides “Kid” Jofre, pai e treinador de Eder. "Na época, seria o nome de um jornalista, né? Eu falei 'não, pô, se é boxe, vamos homenagear o Eder Jofre'. Foi uma homenagem a ambos. Graças ao pai, ele conseguiu superar as dificuldades em muitas lutas, porque o corner é o auxílio do atleta. Se você não tem um bom, fica difícil, e o pai dele sempre foi excelente", afirmou Messias.

Mesmo tantos anos após a aposentadoria, o tricampeão mundial segue inspirando as novas gerações. Messias o coloca como modelo a ser seguido: "Eu tenho a maioria das lutas dele em CD, cada luta é uma aula. Às vezes, eu passo para os atletas assistirem aqui. Ele reflete a esperança. Pelo conhecimento que eu tenho do boxe, há mais de 40 anos, a gente sempre procura colocar ele como exemplo de técnica e de postura. Todo mundo aqui sabem que foi ele", finaliza o técnico de boxe do do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP).

Foto da placa da academia do Eder Jofre.