Dentro do programa estabelecido pela Prefeitura de São Paulo, em que cada secretário visite uma subprefeitura por semana e, dessa forma, tome conhecimento in loco dos problemas e das necessidades dos moradores, o secretário de Serviços, Simão Pedro, esteve na tarde de hoje (13/05) no bairro de Perus.

Acompanhado pela subprefeita Jackeline Morena de Oliveira Melo e por várias lideranças locais, a principal queixa ouvida pelo secretário foi sobre o descarte irregular de lixo, considerado muito grande pelos moradores.

O início da jornada se deu na Rua Eduardo Grusius, conhecida por ser um “ponto viciado” de descarte doméstico. Como os caminhões coletores têm dificuldade para trafegar pela imediação, já que as ruas são estreitas e íngremes, os moradores se utilizam de uma área próxima a um córrego para depositar o lixo.

Situação idêntica é encontrada na Rua Recanto dos Humildes. Sem ter como descartar o lixo, por conta das vielas que não comportam a entrada de veículos, moradores de uma comunidade fazem da calçada da Escola Jairo de Almeida o local ideal para descartarem o lixo. De acordo com representantes da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), apesar da intensificação da limpeza, é preciso que a população se conscientize que essa prática é descabida. Uma das hipóteses ventiladas para resolver o problema é a instalação de um coletor subterrâneo, no qual o lixo é depositado em contêineres por meio de tubulações.

No Jardim da Conquista, em que uma grande área livre é margeada por um riacho, o secretário Simão Pedro, em conversa com moradores, disse que irá analisar estudos para a implantação de um ecoponto, além da implantação de um centro de lazer.

No Jardim da Paz, uma área invadida na qual vivem cerca de 2 mil famílias, as lixeiras instaladas não são suficientes para atender a demanda dos moradores. Como não bastasse o acúmulo de lixo, o local sofre ainda com o descarte irregular feito por caçambas. Nesse sentido, destacou Simão Pedro, ações fiscalizatórias têm apreendido diversos veículos, com multas superiores a R$ 12 mil.

O roteiro incluiu ainda uma visita ao Ecoponto Santa Fé, que tem servido de modelo no bairro para a coleta de entulhos gerado por construções, demolições e pequenas reformas em prédios ou residências. Ao comentar sobre a importância desse tipo de instalação, Simão Pedro destacou que o sucesso depende das cooperativas de catadores. Segundo ele, está sendo analisado a criação de um fundo para a contratação de cooperativas, bem como na sua qualificação.

No final do encontro, o secretário se reuniu com moradores e lideranças locais no auditório da subprefeitura. Sobre a coleta de lixo dificultada em decorrência da topografia acidentada do bairro, Simão Pedro disse que fará um balanço da visita para as concessionárias que prestam o serviço na busca de soluções rápidas para o problema.

Ainda sobre os “pontos viciados”, disse que eles representam um drama para a cidade, e que uma das alternativas para solucioná-los está na punição mais severa aos geradores de lixo, principalmente para quem produz mais de 200 litros por dia.

Ele descartou ainda a ideia de implantação de um lixão na região, tema que tem gerado apreensão nos moradores. “Sobre uma possível implantação de uma estação de transbordo, as áreas são tecnicamente preparadas para receber os resíduos orgânicos coletados nas residências, oferecendo garantias de proteção ao meio ambiente, como o de evitar a contaminação do lençol freático. De qualquer forma, buscaremos soluções tecnológicas que não interfiram na qualidade de vida da população. Mas isso é um tema que teremos que discutir com vocês, moradores”.

Ainda para ele, é preciso ser radical quando o assunto é reciclagem, daí explicar a necessidade de implatanção de três ecoparques na cidade. “Nesses espaços, os resíduos domésticos passam por triagem e não apresentam cheiro algum para a vizinhança. Esse projeto é tão importante que, na Espanha, o gás produzido pelo lixo tem gerado energia elétrica”, enfatizou. E concluiu: “a cidade precisa do apoio de vocês”.