Projeto de compostagem em São Paulo já apresenta bons resultados

Prefeitura irá estender iniciativa às 900 feiras da cidade e construir quatro centrais até 2016

Para combater o desperdício e tornar São Paulo cada vez mais sustentável no aspecto ambiental, a Secretaria de Serviços realiza em uma feira de São Mateus o projeto piloto de compostagem de frutas e verduras, que deixaram de ser encaminhadas para aterros sanitários e começam a virar adubo para o trabalho dos pequenos produtores rurais.

A iniciativa, que começou há cerca de dois meses na Rua Ursa Menor, conta com a adesão dos feirantes, que descartam os resíduos orgânicos em caixas ou caçambas para a compostagem. O adubo é produzido em terreno cedido pela subprefeitura e tem capacidade para comportar o material recolhido em até seis das 38 feiras do bairro.

De acordo com uma das coordenadoras do projeto, a agrônoma Lúcia Salles França Pinto, os resíduos orgânicos representam 53% dos resíduos recolhidos na cidade. “Queremos tirar isso dos aterros. Se esses resíduos não sofrerem essa intervenção, entram em decomposição anaeróbica, produzindo gás metano, que tem efeito estufa 20 vezes maior que o Co2”, explica.

Ainda segundo Lúcia, “o adubo está sendo ansiosamente aguardado pelos agricultores urbanos e periurbanos de São Paulo para que consigam fazer uma produção mais sustentável e limpa, dispensando os agrotóxicos. Essa é uma tecnologia social, com resultados muito bons. Será uma economia enorme.”

Além da preservação do meio ambiente, a compostagem representa redução de 30% na limpeza das feiras, com a diminuição de lixo acumulado no chão, e expressivo corte de gastos. Os custos mensais de manutenção de cada central serão equivalentes aos que a Prefeitura gasta para enterrar o lixo das feiras nos aterros.

Ampliação

Em sintonia com as metas da gestão do prefeito Fernando Haddad, a iniciativa deve ser reproduzida nas 900 feiras semanais do município, retirando cerca de 62 mil toneladas de resíduos que anualmente são mandados para os aterros. O projeto também inclui a compostagem de podas de árvore (40 mil toneladas anuais).

Outras quatro subprefeituras já demonstraram interesse na implantação: São Miguel, Butantã, Mooca e Aricanduva. Até 2016, serão inauguradas quatro centrais de compostagem no município (a estruturação da primeira unidade deve ser iniciada ainda este ano).