Novas centrais irão triplicar coleta seletiva e reciclagem em 2014

Duas unidades de triagem serão inauguradas no próximo ano. Meta da gestão é quintuplicar capacidade até o fim de 2016

 A população paulistana ganhará duas centrais de triagem automatizadas até junho de 2014, dentro do programa de Ampliação da Coleta Seletiva e Reciclagem em São Paulo, que prevê outras duas unidades até 2016.

Coordenado pela Secretaria de Serviços, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, o projeto foi apresentado no dia 20/05, no Auditório da Prefeitura.

O evento contou com as presenças do prefeito Fernando Haddad, que assinou a ordem para a implantação das primeiras unidades; do secretário de Serviços Simão Pedro; do presidente da AMLURB, Silvano Silvério; e do coordenador da Rede Cata Sampa e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Roberto Laureano da Rocha. Além das autoridades e membros de cooperativas de catadores, estiveram presentes representantes dos movimentos sociais e de empresas concessionárias do setor privado envolvidas com a geração e reciclagem de resíduos.

As centrais que serão inauguradas em 2014 já têm locais definidos: uma funcionará na Avenida do Estado, 900, na Ponte Pequena, e outra será na Avenida Miguel Yunes, ao lado da central Miguel Yunes e do Transbordo Santo Amaro. “A nossa perspectiva é que as unidades tripliquem a quantidade de materiais recicláveis produzidos diariamente, de 249 toneladas para 749. Até 2016, esperamos chegar a 1.249 toneladas por dia”, afirmou Silvano Silvério, que apresentou o projeto.

A meta da gestão do prefeito Haddad é que, nos próximos três anos, o município consiga aumentar o percentual de coleta seletiva em São Paulo de 1,8% para 10%, e que o serviço alcance os 96 distritos do município.

CUSTOS E VALORIZAÇÂO

Conforme o presidente da AMLURB, a central da Ponte Pequena está orçada em R$ 20,2 milhões e a de Santo Amaro, R$ 14 milhões” (custo menor pelo fato de que exigirá menos investimentos na montagem da infraestrutura). Em ambas, a receita proveniente da comercialização do material reciclável deverá ser de R$ 1,6 milhão.

Silvério salientou ainda que, mesmo com a mecanização do processo, os catadores não serão prejudicados de maneira alguma. “Nossa ideia é que participem da triagem e do processo de gestão desses galpões.”

O secretário Simão Pedro destacou a importância dos catadores. “Temos que fazer uma homenagem hoje a todos porque sem eles não teríamos nem esse 1,8% (de coleta seletiva) que temos hoje. Um dos princípios dessa administração é o respeito aos direitos humanos com inclusão, e é isso que pretendemos fazer com os catadores, oferecendo condições dignas de trabalho.”
O prefeito Fernando Haddad disse que “foram esses trabalhadores, os mais humildes, que nos ensinaram a olhar para aquilo que a gente chamava de lixo como oportunidade de trabalho, de renda e sustentabilidade ambiental.”

O representante dos catadores, Roberto Laureano, recebeu o projeto da Prefeitura com empolgação. “Essa gestão não optou pela incineração dos resíduos e esse já é um grande passo. Não deixaremos que seja algo em vão. Iremos acompanhar todo o processo para sabermos como tudo isso vai funcionar. Estamos muito entusiasmados”.
 

INVESTIMENTOS E QUALIFICAÇÃO

A AMLURB também está protocolando carta consulta no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a obtenção de linhas de crédito, com o objetivo de melhorar as centrais já existentes. A verba, cerca de R$ 40 milhões, possibilitará investimentos na qualificação do trabalho dos catadores e em obras de infraestrutura, como a reforma das seis unidades instaladas em galpões que são próprios municipais, e das três com áreas cedidas às cooperativas por intermédio de órgãos como COHAB e CDHU.

Será realizada ainda a modernização e equipagem das dez centrais instaladas em galpões locados.