SMPM realiza curso sobre desigualdade de gênero e violência doméstica para Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo

Foram três dias de intenso debate e muita troca de informação! De 12 a 14 de abril, a equipe de Enfrentamento à Violência da SMPM coordenou um curso para vinte profissionais multiplicadoras/es da Guarda Civil Metropolitana, que agora irão repassar as informações para as/os mais de 6 mil profissionais da GCM. Entre os temas apresentados e discutidos: importância e aplicação da Lei Maria da Penha; assédio moral no trabalho; rede de enfrentamento à violência de gênero; feminicídio, homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia; ciclo e rota da violência; preconceitos, estigmas e banalização da violência no cotidiano.

 “O objetivo do Curso de Formação para Multiplicadoras/es da GCM foi informar, debater e refletir sobre violência de gênero com as/os profissionais que atuam diretamente nas ruas e dialogam com a população”, afirmou a organizadora do evento, Lourdes Gurian, diretora de Formação e Ações Preventivas da SMPM. Lourdes apresentou aos/as participantes também os serviços de atendimento a mulheres em situação de violência da SMPM e da Prefeitura de SP e a Política Municipal de Atendimento à Violência Doméstica de Gênero e Violência Sexual.

Ao final do curso, a guarda civil Valéria Athayde constatou: “Saímos daqui mais preparadas para encaminhar os casos de violência doméstica com os quais, infelizmente, nos deparamos no dia a dia”. A inspetora de divisão Rosangela Maria Almeida Prattes destacou a atuação da GCM no enfrentamento à violência de gênero por meio dos atendimentos às mulheres no número 153 e pelo Programa Guardiã Maria da Penha. “Para otimizar as ações operacionais da GCM, nós, multiplicadoras/os, temos a tarefa agora de levar as informações adquiridas aqui para as/os demais integrantes por meio do Centro de Formação em Segurança Urbana e também nos eventos regionais”, afirmou a inspetora Rosangela.

Um dos pontos altos foi o debate com Maria Cristina Corral, coordenadora de Autonomia Econômica da SMPM, sobre assédio moral e sexual no trabalho. “O assédio moral é uma violência e as vítimas podem ser de ambos os sexos, mas as mais atingidas são as mulheres negras. Em geral, é precedido de uma negativa de assédio sexual feito por um superior”, pontuou Maria Cristina. “A pessoa passa, então, a ser hostilizada, ridicularizada e/ou tratada como incompetente. Para que isso não ocorra, ela deve ser contundente na resposta negativa; não se isolar; contar para os colegas sobre o ocorrido e, principalmente, denunciar.” Algumas guardas civis afirmaram já terem sofrido ou conhecerem alguma (ou algumas) colega vítima de assédio moral e/ou sexual.

Dulce Xavier, secretária adjunta da SMPM, fez uma reflexão sobre a conquista da Lei Maria da Penha, sua importância e aplicação nesses nove anos de existência. “A Lei Maria da Penha é uma política afirmativa de direitos, que reconhece a vulnerabilidade do sexo feminino devido a uma cultura machista”, enfatizou a secretária adjunta. Ana Galati, diretora de Fortalecimento da Rede de Enfrentamento à Violência da SMPM, expôs sobre a importância da atuação em rede para o atendimento, enfrentamento e rompimento do ciclo da violência de gênero.