Audiência Pública debaterá violência obstétrica na sede do MP/SP

A audiência vai discutir temas como direitos na assistência à gestação, parto e puerpério; a violência obstétrica e os caminhos que as mulheres podem trilhar com a ajuda do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Poder Judiciário

O Ministério Público de São Paulo; a Defensoria Pública Estadual – Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM); o Ministério Público Federal; a Escola da Defensoria Pública do Estado; a Escola Superior do Ministério Público; a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres e a ARTEMIS promoverão no dia 17/11, a partir das 9h30, audiência pública que tratará da violência obstétrica.

Entre os temas que serão abordados estão: os direitos na assistência à gestação, parto e puerpério; a violência obstétrica e os caminhos que as mulheres podem trilhar com a ajuda do Ministério Público, da Defensoria Pública e Poder Judiciário para garantir que sejam respeitados os seus direitos sexuais e direitos reprodutivos. Tratar-se-á, ademais, do direito de as mulheres se oporem a alguns procedimentos proscritos, mas ainda muito praticados em relação às gestantes, buscando-se atendimento humanizado às gestantes, entre outros temas de igual relevância.

A sessão contará com a presença do Deputado Federal Jean Wyllys, autor do Projeto de Lei 7633/2014, que dispõe sobre a humanização da assistência à mulher e ao neonato durante o ciclo gravídico-puerperal; da Doutora Esther Vilela, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde e da Professora Doutora Carmen Simone Grilo Diniz, do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. E terá, ainda, o depoimento de sete mulheres vítimas de violência obstétrica, dentre elas a Adelir Carmen Lemos de Góes.

De acordo com a “Cartilha Violência Obstétrica, você sabe o que é?” elaborada pela Defensoria Pública do Estado em parceria com a Associação Artemis, a violência obstétrica caracteriza-se pela apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres, por meio do tratamento desumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, causando a perda da autonomia e capacidade de decidir livremente sobre seus corpos e sexualidade, impactando negativamente na qualidade de vida das mulheres. A violência obstétrica pode ocorrer na gestação, no parto e em situações de abortamento.
A cartilha explica, ainda, que em países como Argentina e Venezuela, a violência obstétrica é reconhecida como um crime cometido contra as mulheres, e como tal deve ser prevenido, punido e erradicado.

A violência obstétrica praticada na mulher durante e após o parto podem gerar danos à saúde da mãe e do bebê como hemorragias, infecções, ruptura de órgãos, fratura de costela, além de outras complicações.
O evento é aberto para a participação de toda a sociedade civil que tenha interesse em discutir a questão. Ao final, será debatida a aprovação de uma carta que aponte caminhos e propostas.