Escutar sem julgar a vítima (Justiça e Cidadania)

Jornal O Dia 12/03/2013

 

O Ministério Público (MP) vai reforçar o time de promotores para atender mais rápido as mulheres vítimas de violência doméstica. O órgão criou o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de violência doméstica contra a Mulher, coordenado pela promotora Lúcia Iloizio. Só em 2012, 30 mil denúncias foram enviadas pelo MP à Justiça. Este ano, seis mil mulheres pediram medidas protetivas, como proibição do contato com os agressores.

Quais medidas o Centro vai adotar para acelerar os atendimentos? Estamos fazendo um raio-x para identificar os locais com maiorincidência de violência contra a mulher para reorganizar a estrutura das promotorias. O objetivo é otimizar recursos para melhor atender a vítima. Concentraremos e repassaremos as denúncias da nossa Ouvidoria127, e do Disque 180, do governo federal.

E na prática,como vai ser o trabalho? Hoje, a mulher fica na delegacia aguardando a decisão do juiz sobre um pedido de afastamento do marido do lar. Há projeto-piloto no 1º Juizado de violência doméstica. As vítimas, após fazer o pedido na delegacia, vão ao juizado. Lá são atendidas por promotor, defensor público e equipe técnica. O que agiliza a resolução da questão.

Por que muitas mulheres recuam da decisão de denunciar os agressores? É difícil para a mulher se libertar da relação violenta. Envolve a família e o emocional. Quando ela volta a trás na decisão de denunciar, é preciso escutá-la sem julgamento. Por isso, promoveremos cursos para os promotores.