Fruto de uma parceria que dura dez anos, o novo trabalho de dança contemporânea é acompanhado por música ao vivo. Dessa forma, dançarino e compositor promovem um diálogo cênico entre as duas expressões artísticas para discutir paradoxos como prazer e dor, lembranças boas e ruins, inquietudes e experiências.

“Todos nós carregamos nossas angústias, indecisões e sonhos. Esses sentimentos são alguns dos ‘fantasmas’ que nos perseguem durante a vida. No espetáculo, Mário e eu fazemos uma releitura bem-humorada desses sentimentos”, explica Cardia.

Na apresentação, a dupla estabelece uma relação de simbiose desenvolvida a partir de afinidades. “Esses pontos em comum geram uma interação plena entre som e movimento”, diz Nascimento. O espetáculo recorre à música como fio condutor. Sobre essa concepção, o bailarino afirma que a obra do parceiro tem influência direta na dança interpretada por ele.

 “Os sons produzidos pelo Fábio são responsáveis pela descoberta dos movimentos que realizo”, revela.

Já o compositor conta que, em sua participação, toca diversos instrumentos, como piano, violão, baixo e berimbau elétrico. “Tento explorar ao máximo as possibilidades que um instrumento-solo oferece”, diz. A trilha sonora foi composta durante os próprios ensaios, e permite, segundo ele, um entrosamento entre musicista e coreógrafo, comum às jam sessions.

|Serviço: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho. Centro. De 17 a 21. 4ª a sáb., 21h. Dom., 20h. Grátis