CompartilheEntre os dias 7 e 28 de agosto, na mostra “A Fantasia de Fellini”, oito das obras-primas do cineasta italiano poderão ser vistas na Biblioteca Temática em Cinema Roberto Santos, entre elas, “Amarcord”, “A Doce Vida” e “A Estada da Vida”. Segundo o curador Daniel Ifanger, bacharel em cinema pela USP, o nome da mostra é condizente com os filmes do diretor, que mesclam fatos do cotidiano com memórias, sonhos, fantasias e desejos.
Aclamado internacionalmente pelo público e pela crítica, Fellini ganhou quatro vezes o Oscar de filme estrangeiro; uma Palma de Ouro, no Festival de Cannes; e o Prêmio Imperial da Associação de Arte do Japão. Seu estilo é tão marcante que foi traduzido pelo adjetivo “felliniano”, empregado para designar algo ou alguém com características mistas de realidade e ficção.
Indagado, certa vez, sobre o significado do cinema, Federico Fellini respondeu: “É um modo divino de contar a vida e a maneira mais direta de entrar em competição com o criador”. E foi assim que, “brincando de Deus”, o cineasta italiano, nascido em Rimini, em 1920, produziu alguns dos mais célebres e instigantes filmes da cinematografia mundial. Essa obra o conduziu, ao lado do sueco Ingmar Bergman e do japonês Akira Kurosawa, ao tripé de diretores conhecido como “Santíssima Trindade do cinema de autor”.
Muitos diretores contemporâneos, entre eles os norte-americanos Woody Allen e Stanley Kubrick e o espanhol Pedro Almodóvar, não negam a forte influência que o cineasta teve sobre seus trabalhos.
Se é verdade que, para compreender o êxito de cada grande homem, segundo os franceses, “il faut chercher la femme” (é preciso procurar a mulher), no caso de Fellini, trata-se de Giulietta Masina, sua esposa, parceira, incentivadora e atriz preferida. Eles se conheceram em 1942 e permaneceram casados durante 50 anos. Quando o diretor morreu de ataque cardíaco, em Roma, em 1993, Giulietta praticamente desistiu de viver, falecendo de câncer seis meses depois.
Serviço: Biblioteca Pública Roberto Santos (Temática em Cinema). Rua Cisplatina, 505, Ipiranga, Zona Sul. Tel. 2273-2390. Grátis.
Confira a programação completa:
A FANTASIA DE FELLINI
BIBLIOTECA PÚBLICA ROBERTO SANTOS | ZONA SUL | DE 7 A 28 | DOM. | GRÁTIS
Mostra de filmes do diretor italiano Federico Fellini.
| Todas as projeções têm suporte em DVD.
A ESTRADA DA VIDA
(La Strada, Itália, 1954, 100 min). Com Anthony Quinn, Giulietta Masina, Richard Basehart e outros. +14 anos.
Garota ingênua é vendida pela mãe a um artista de circo e uma série de incidentes acontece.
| Dia 7, 16h
AMARCORD
(Itália, 1972, 125 min). Com Bruno Zanin, Pupella Maggio, Armando Brancia e outros. +14 anos.
Garoto observa o dia a dia da cidadezinha italiana em que vive, com seus personagens peculiares e suas questões religiosas, políticas e de educação, durante o fascismo.
| Dia 7, 18h
NOITES DE CABÍRIA
(Le Notti di Cabiria, Itália/França, 1957, 113 min). Com Giulietta Masina, Amedeo Nazzari, Franca Marzi e outros. +16 anos.
Prostituta sonhadora e ingênua sofre constantes desilusões amorosas.
| Dia 14, 16h
CASANOVA DE FELLINI
(Il Casanova di Federico Fellini, EUA/Itália, 1976, 168 min). Com Donald Sutherland, Tina Aumont, Cicely Browne e outros. +14 anos.
O personagem Casanova é mostrado como uma pessoa comum, cujos atos são motivados somente pelas circunstâncias.
| Dia 14, 18h
OS BOAS-VIDAS
(I Vitelloni, França/Itália, 1953, 102 min). Com Alberto Sordi, Leopoldo Trieste, Franco Interlenghi e outros. +12 anos.
Em uma cidade da Itália, cinco jovens vivem na boemia. Sem perspectivas, cada um encontra um modo de escapar da monotonia da vida provinciana.
| Dia 21, 16h
FELLINI 8 ½
(Otto e Mezzo, Itália, 1963, 140 min). Com Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Anouk Aimée e outros. Livre.
Mergulhado em uma crise existencial e pressionado por quem o cercam, cineasta se interna em uma estação de águas, passando a misturar o passado com o presente, a ficção com realidade.
| Dia 21, 18h
CIDADES DAS MULHERES
(La Città delle Donne, França/Itália, 1980, 140 min). Com Marcello Mastroianni, Anna Prucnal, Bernice Stegers e outros. +12 anos.
Durante uma viagem de trem, homem é seduzido por uma bela mulher. Seguindo-a, ele se envolve em uma fantasia na mítica cidade das mulheres, onde é reverenciado e julgado ao mesmo tempo.
| Dia 28, 15h30
A DOCE VIDA
(La Dolce Vita, Itália, 1960, 167 min). Com Marcello Mastroianni, Anita Ekberg, Anouk Aimée e outros. +14 anos.
Em um mundo marcado pelas aparências e por um vazio existencial, jornalista frequenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.
| Dia 28, 18h
*programação sujeita a alterações
La Dolce Vita
La Dolce Vita