Débora Bolsoni e Alexandre da Cunha expõem no CCSP

Trabalhos realizados pelos artistas cariocas nos últimos dez anos, além de obras inéditas, serão expostos no Piso Caio Graco, a partir do dia 16

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Em 2008, a artista plástica carioca, radicada em São Paulo, Débora Bolsoni utilizou uma tonelada de paçoca de amendoim em uma instalação que reproduzia um quebra-molas (redutor de velocidade) de oito metros de extensão e 25 centímetros de altura. No ano seguinte, atapetou todo o chão de uma galeria com três mil pipocas de porcelana, lembrando tanto o alimento salgado como o doce.

Já o também carioca Alexandre da Cunha, que, desde 1998, estuda e trabalha em Londres, onde tem obras adquiridas pela Tate Modern Gallery, acaba de realizar a mostra “Fair Trade”, na Galeria Luísa Strina, em São Paulo, onde empregou sacos de juta bordados, além de pedaços de concreto, espuma de isopor e couro.

Muitos dos trabalhos que esses dois artistas fizeram nos últimos dez anos, além de obras inéditas, ocuparão o piso Caio Graco do Centro Cultural São Paulo, entre os dias 16 de abril e 12 de junho. O conjunto revela como ambos se apropriam de materiais domésticos e elementos do mobiliário urbano como forma de revalorizá-los e inseri-los no universo da arte. “Por mais polêmicas que possam parecer essas instalações, a intenção é provocar um novo olhar sobre os objetos do cotidiano, mostrando que a arte está em toda a parte e é efêmera como a vida”, afirma Débora. “Quando fiz o quebra-molas de paçoca, eu queria utilizar um material que substituísse a terra e que, ao mesmo tempo, revelasse uma qualidade afetiva de nossa resistência, enquanto sociedade, de avançar.”

Débora é licenciada em Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, estudou desenho na Saint Martins School of Art and Design (Londres) e, em 2004, foi selecionada para a residência em artes no Centro de Cultura Remisen-Brande, da Dinamarca. Atualmente, faz mestrado em Poética Visual na USP.

Cunha é mestre em Fine Art pelo Chelsea College of Art and Design, de Londres. Nos últimos anos, participou de mostras coletivas como as Bienais de Liverpool (Inglaterra), em 2002, e de Veneza (Itália), em 2003.

Serviço: Centro Cultural São Paulo – Piso Caio Graco. Centro. Abertura dia 16, 15h. Até dia 12/6. 3ª a 6ª, das 10h às 20h. Sáb., dom. e feriados, das 10h às 18h. Grátis