Borelli traz releitura de O lago dos cisnes ao Municipal

Fazendo jus ao perfil de dança contemporânea assumido desde 1974, o Balé da Cidade de São Paulo encerra as comemorações de seus 40 anos de fundação com a estréia da coreografia O lago dos cisnes, releitura concebida por Sandro Borelli para a obra clássica de Tchaikovsky

Com quatro apresentações no Theatro Municipal de São Paulo a partir do dia 12, a montagem reúne, pela primeira vez, as Cias. 1 e 2 do BCSP.

Marcado por audácias de criatividade, o espetáculo mescla a composição erudita, executada ao vivo pela Orquestra Experimental de Repertório, sob regência do maestro Jamil Maluf, com interferências eletrônicas da trilha criada por Gustavo Domingues, que tem como referência sons imperceptíveis aos nossos ouvidos, como os que emanam das profundezas do oceano. O enredo retoma também uma das questões mais recorrentes na obra de Borelli: a morte. As pesquisas para o projeto foram baseadas,  segundo ele, “na sobrevivência e evolução de uma colônia de bactérias”.

Com diversos trabalhos desenvolvidos especialmente para o BCSP, como Inside (1996), Concepção vesânica (2001) e Produto perecível (2008), o coreógrafo atinge neste espetáculo o auge de sua relação com a companhia, na qual começou como solista na década de 1980, sob direção do argentino Luiz Arrieta. Naquela época, dançou ao lado de Mônica Mion, atual diretora do grupo. “Borelli tem uma linguagem autoral muito contemporânea, que contempla esse viés do Balé da Cidade de fazer trabalhos inovadores”, explica ela.

Para o coreógrafo, juntar os processos criativos das duas companhias com o seu deve ter um resultado importante.  “Acho que será rico para os bailarinos da Cia. 1 poder observar modos diferentes de conduzir e compreender o corpo dos intérpretes da 2, que busca a vanguarda dentro das tendências da dança contemporânea”, revela Borelli.

|Serviço: Theatro Municipal de São Paulo. Centro. Dias 12 e 13, 20h30. Dia 14, 17h. R$ 10 a R$ 15. Dia 15, 20h30. R$ 5 a R$ 10