Cantoras multiculturais soltam a voz na Olido

A cultura brasileira vista por diversos ângulos é transmitida, durante este mês, por meio do mesmo instrumento: a voz feminina

Integrando o programa Sábado na Olido, que acontece na Sala Olido, Maria Alcina faz uma homenagem, dia 6, às 19h, à Carmen Miranda, que completaria 100 anos no próximo dia 9 de fevereiro; e as cantoras do Mawaca apresentam, dia 13, às 17h, faixas de seu mais recente trabalho cantado em português, o álbum Rupestres sonoros.

Quando estreou no Maracanãzinho em 1972, defendendo a composição Fio maravilha, de Jorge Benjor (Ben, na época), no 7º Festival Internacional da Canção, Maria Alcina vestia roupas exuberantes, usava maquiagem chamativa e se movimentava de forma particular, remetendo às características criadas por Carmen Miranda. Na apresentação em que homenageia o centenário de sua inspiradora, a cantora mineira sobe ao palco utilizando um figurino exótico e colorido, para cantar alguns dos sucessos da pequena notável como Cachorro vira-lata, Como vais você, Me dá me dá e Alô… alô, regravado por Alcina em 1973 em seu primeiro LP, que permaneceu por semanas nas paradas de sucesso. Para acompanhar a intérprete, o músico Sérgio Arara toca violão; Luciano Barbosa, baixo; Leandro Dias, sopro; e Renato Borgonovi, bateria.

Conhecidas por gravar em diversos idiomas e dialetos, as cantoras do grupo Mawaca se voltaram para o Brasil para revelar a curiosa relação entre as pinturas rupestres e as músicas indígenas. Iniciada em 1993 pela diretora musical e também cantora do grupo, Magda Pucci, a pesquisa sonora traz arranjos de canções dos índios Suruí, de Rondônia; dos Kayapó, do Xingu; dos Wari, do Guaporé; entre outros. A marca do conjunto é exatamente recriar a música a partir de diversas etnias pouco conhecidas pelo público. “Escolhi canções que me chamavam a atenção pela raridade melódica, pela beleza da língua e pelo ritmo inusitado”, explica Magda. As cantoras são acompanhadas por instrumentos tradicionais, como acordeão, violoncelo e sax soprano; e por outros menos populares, como a tabla indiana, o derbak árabe e o djembé africano.

|Serviço: Galeria Olido – Sala Olido. Centro. Maria Alcina. Dia 6, 19h. Mawaca. Dia 13, 17h. Grátis