Jogos saltam da tela do computador para o palco

A Galeria Olido recebe, na sala Paissandu, entre dias 11 e 21, o Núcleo Artístico Marcos Moraes

Contemplada pelo 4º edital de Fomento à Dança, a companhia apresenta o espetáculo Jogos casuais, concebido a partir de um olhar poético sobre a interação do homem com os meios eletrônicos.

No palco, os bailarinos realizam um jogo impregnado de sentidos cênicos que transitam entre o real e o virtual. Marcos Moraes, diretor e idealizador do trabalho, conta que o conceito de jogo “é uma metáfora para os fatos que permeiam a vida”. Temas como solidão, saturação de informações, relacionamentos familiares e dificuldades de encontrar o “centro” do universo regido pela tecnologia compõem a coreografia. Moraes também explica que o título “jogos casuais” se refere aos entretenimentos digitais acessíveis ao grande público, como, por exemplo, Paciência e Tétris, jogos que são simples e rápidos de aprender. “Escolhemos algumas referências da cultura eletrônica para representar, por meio da dança contemporânea, os movimentos que as pessoas fazem na frente do computador. Nosso foco não é a tecnologia, e sim o comportamento humano diante das transformações que essa nova realidade impõe”, diz.

O figurino foi inspirado em desenhos presentes no mangá e em personagens de simuladores como o Wii. “O universo do mangá, além de ser muito rico graficamente, mistura a idéia de luta com ensinamentos espirituais”, explica o coreógrafo.

Durante a apresentação, os dançarinos interagem com um vídeo projetado ao fundo, simulando a tela de um computador. Outros aspectos representativos do trabalho são a iluminação e a trilha sonora. Desenhada por Ricardo Bueno, a luz cria espaços separados no palco. Já a música, composta por Rogério Salatini e integrantes do grupo, reúne composições gravadas e sons desenvolvidos especialmente para o espetáculo.


|Serviço:
Galeria Olido – Sala Paissandu. Centro. De 11 a 21. 5ª a sáb., 20h. Dom., 19h. Grátis